O MÁGICO

Confira essa nova animação do diretor de Bicicletas de Belleville.

BALADA DO AMOR E ÓDIO

Confira nossa crítica sobre o mais novo filme do cineasta espanhol Álex de la Iglesia.

FRIDA KAHLO EM SEIS SENTIDOS

O projeto de extensão “cores” nos convida inicialmente a um espetáculo sobre a vida da artista plástica, mexicana, Frida Kahlo.

ARTEROTISMO - UM CONVITE

Gente! Ontem eu fui ao evento #OqueDjaboÉIsso, onde tive o prazer de assistir ao ótimo espetáculo "As cores avessas de Frida Kahlo"...

"A CULPA É DA SOCIEDADE"

A sociedade é culpada: Esse foi um entre outros discursos gritados nesses dias que sucederam a “tragédia do realengo”...

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Cyberart

Obras interativas em arte-tecnologia na exposição “10ª Dimensão: Sistemas, Circuitos e Fluxos” na cidade de Natal


Fechando o 1º ciclo de palestras do projeto interinstitucional “10 Dimensões: Diálogos em Rede, Corpo, Arte e Tecnologia”, será realizada a exposição “10ª Dimensão: Sistemas, Circuitos e Fluxos” que possibilitará ao público potiguar ver, pela primeira vez, trabalhos de arte-tecnologia nacionais premiados no Brasil e no exterior.
A exposição que acontecerá nos dias 11, 12 e 13 de Maio no IFRN, Campus Cidade Alta, trará obras que proporcionarão múltiplas possibilidades de interação por parte do público. As obras selecionadas se caracterizam como sistemas de fluxos de dados e propõem múltiplas possibilidades de atuação por parte dos visitantes, tornando o espaço de exposição um lugar onde a presença e participação  do público interferem diretamente na obra que os artistas propõem. Artistas como Guto Nóbrega (RJ), Jarbas Jácome(RN), Jeraman e Filipe Calegario (PE), Ricardo Brazileiro (PE), RosangellaLeote (SP) e o Grupo Poéticas Digitais (SP), com suas obras chamam o visitante a interagir, de maneira a criar possibilidades sinestésicas e de interação.
Em paralelo a exposição, serão realizadas atividades de Formação no Departamento de Artes da UFRN nos dias 12 e 13 de Maio para os alunos de Artes Visuais do DEART/Departamento de Artes da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte; do IFRN - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte e artistas interessados. As escolas interessadas em visitar a exposição terão numero limitado de vagas e deverão ser agendadas previamente por meio do telefone (084) 4005-2665.

Exposição de Arte e Tecnologia 10ª DIMENSÃO: Sistemas, Circuitos e Fluxos
O QUE É: Exposição de arte digital com obras de artistas brasileiros participantes de festivais internacionais. Serão sete obras apresentadas, sendo que grande parte delas pedem a atuação do público visitante.
ONDE: Campus Cidade Alta do IFRN - Av. Rio Branco, 743 - Antigo prédio da TV Universitária - Cidade Alta, Natal. Tel. 40052665
QUANDO: De 12 a 13 de maio, das 10 às 17h. Abertura dia 11 de maio, às 18h.
EVENTO GRATUITO
VEJA MAIS: www.10dimensoes.net .

Eventos paralelos da exposição 10ª DIMENSÃO: bate-papo com artistas (dia 12) e orientações sobre projetos (dia 13)

O QUE É: Eventos que fazem parte da programação da exposição de arte e tecnologia 10ª Dimensão, com a presença dos artistas participantes da exposição. No dia 12 está previsto um bate-papo com artistas participantes da exposição e no dia 13, uma atividade pública que buscará apresentar processos de criação e orientações sobre projetos em novos meios.

ONDE: Departamento de Artes da UFRN - Av. Salgado Filho, 3000, Campus Universitário, Natal.Tel. (84) 3215 3550
QUANDO: Dias 12 a 13 de maio, 19h.Tel.

EVENTO GRATUITO

Info: @Philipesoares

#JogodaVelha e @rrobas!

#QueDjaboÉIsso?

Evento de Arte contemporânea produzido pelo @ProjetoCores e #CAdeTeatroUFRN

Programação: 

29 de Abril:

14h às 16h - Oficina de maquiagem (15 pessoas) 
     -@MelkFreitas
16h30min - Mostra de Video
19h - Apresentação do espetáculo "#AsCoresAvessasDeFridaKahlo" (Para convidados) 
- @LinaBelSena (Diretora/Atriz)
- @ledva (Atriz)
- #EversonOliveira (Ator)
- #RoseLotte (Atriz)
- @StephaneDamasco (Atriz)
- @kedmassilva (Atriz)
- #AnandaKrishna (Sonoplastia)
- @cansadadegritar (Apoio técnico)
- @AgamedesR (Preparação vocal)
- @TauanyThabata (Preparação corporal)
- @FabinhoMarical (Operador de luz)
Encerramento : Mesa de frutas e "pesquisa" de opinião.

30 de Abril:
9h às 12h - OficinaEscrituras Corporais Contemporâneas (20 pessoas)
- @chrystine_silva
- #AndréBezerra
- #SilvanoJefferson
13h - Projeto "O que está aqui está em todo lugar. O que não está aqui está em lugar nenhum."
   - @Yurikotke
14h às 17h - Mesa redonda "Arte Contemporanea" Com os Professores convidados:
- Profº Dr. #AlexBeigui
- Prof° Dra. #NairaCiotti (@nairaciotti)
- Prof° Dr. #RubenFigaredo
17h30min - Experimento cênico "1° Manifesto"
- Direção @chrystine_silva;
- Assistente de direção #AndréBezerra
19h - Apresentação do espetáculo "#AsCoresAvessasDeFridaKahlo
Encerramento : Mesa de frutas e "pesquisa" de opinião.

Obs: As inscrições  para as oficinas serão abertas meia hora antes do início de cada uma delas no Deart - @ufrn
- As oficinas de maquiagem oferecem apostila, mas pede-se que levem seu material.
As senhas para apresentações serão distribuídas uma hora antes do início de cada uma delas, no Deart - @ufrn

Fonte:
 - Toda a programação é gratuita.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

O corpo fala mais alto

No dia 29 de abril comemora-se o Dia internacional da Dança. 
La Sagre du Printemps 

PROGRAMAÇÃO
DIA 28/04
Local: IFRN/ Campus Cidade Alta
o   9h – Solenidade de Abertura
o   9h20 – Mesa: Dança em conexão: a produção artística e a educação institucionalizada.
Profa. Ms. Analwik Tatielle (Curso de Produção Cultural - IFRN)
Profa. Dra. Karenine Porpino (Curso de Dança – DEART / UFRN)
o   14h às 15h30    *Oficina de Danças Circulares – Profa. Telma Romão (Sala de Dança)                          
                          *Oficina de Contato Improvisação – Prof. Ms. Sávio de Luna (Sala de Teatro)
o   Intervalo               
o   15h45 às 17h - Apresentações

v   Grupo APABB
v   ANNIPORÃ
v   Trupe de Sapateado da Studio Corpo de Baile
v   Grupo Clássico da Studio Corpo de Baile
v   Folcdança
v   Corpo de Baile do Balé Municipal Rooseveelt Pimenta
v   Fabian Zouk
v   Aini Ashaki – Dança Tribal
v  Maculelê – Capoeira Nova União

o   17 às 19h – Oficina de Dança Contemporânea com Cibele Ribeiro (Sala de Dança)
o   Intervalo
o   19h15 às 21h – Apresentações

v  Ana Cláudia Viana e Jackilene Linhares
v  Uyrandê
v  GAYA Cia de Dança
v  Grupo Clássico EDTAM
v  Grupo Parafolclórico da UFRN
v  Balé da Cidade do Natal
v  Domínio Cia de Dança
v  Xamã
v  Grupo Clássico da Escola de Ballet Maria Cardoso
v  Nuriel Nur
v  Cia Contemporânea do TAM
v  Sí-la-bAs Cia de Dança


DIA 29/04
Local: UFRN / DEART
o   10h – Apresentações (Núcleo de Educação da Infância)
o   14h às 15h30 – Oficina com a Gaya Dança Contemporânea (DEART - Sala 01)
o   16h às 17h30 – Oficina com o Grupo de Dança da UFRN (DEART - Sala 01)

o   18h30 às 19h30 – Conversa: Iluminação em Dança – Ms. Ronaldo Costa
(Auditório SEDIS – ao lado da capela do Campus da UFRN)

o   20h às 21h30 – Corpo e Estética na Dança Contemporânea Profa. Dra. Terezinha Petrucia da Nóbrega – DEF / UFRN (Auditório SEDIS – ao lado da capela do Campus da UFRN)
Sobre o evento e as oficinas no link:http://dancaemconexao.blogspot.com/p/o-evento.html

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Ouro do sertão

É sol e seca
Em algum lugar no sertão Ceará
Uma mãe alimenta sua cria
Com o que da terra pôde tirar

E a chuva de março
Que teima em tardar
Faz de uma barriga vazia
Um coração em pedaços

É oração e simpatia
A cada dia sem chuva
A cada roçado infecundo
Uma agonia

Enquanto o ouro do sertão
Não dá o ar de sua graça
E a fome vem e passa
O sertanejo anseia

É sua alegria
Ver cair a água
Do céu
O pão vosso de cada dia.
Weynna Barbosa

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Sobre a Tolerância e a violência contra Homossexuais


Penso que quanto mais se vive menos se aprende, nesta vida. Este adágio parece concretizar-se a medida que nossas sociedades avançam, e, pressupomos com isso que as pessoas também progridem em seu pensamento. Entretanto, não é isso que constatamos. As leis avançam, o tempo avança, as sociedades avançam e as cidades avançam. Só o que não avança é o ódio e a intolerância instituída no coração e na mente dos homens. A história esta cheia de exemplos de intolerância instituída nos homens e em suas sociedades. Antigamente, crianças, adolescentes, velhos e mulheres eram considerados meros objetos e não possuíam nenhum poder de intervir nos assuntos relativos a sociedade e a política. Mas antes disso, na antiguidade, existiam os escravos que eram servos submissos e sem nenhum direito a nada. Nenhuma lei, nenhuma justiça. Os seus corpos não eram seus, sua vida inclusive não era sua. Eles eram considerados na escala de importância da humanidade, um nada. A cor da pele mais tarde, teve grande relevância para justificar o injustificavel, a saber, existem raças que devem e necessitam ser escravizadas, por sua inferioridade perante aqueles de "pele" alva. Exemplos disso são os negros que por séculos foram feitos escravos e tinham sua submissão justificada por serem diferentes e de raça inferior. Infelizmente, muitos homens peseudo - inteligêntes se acharam no direito de determinar que raça se enquadrava no critério escolhido da escravidão para aquela que deveria ser o seu senhor. Para embasar isso, foi erigido todo um aparato jurídico e filosófico para fundamentar este pensamento. Não obstante, com o passar do tempo e os vários avanços instituídos na sociedade, a escravidão sobre qualquer nível passou a ser considerado um crime e de certa forma inaceitável. Contudo, apesar dos avanços, continuamos a lutar contra outro crime que é uma decorrência da escravidão, a saber, o preconceito. Entretanto o preconceito não é um estigma atrelado apenas a escravidão, mais a todo e qualquer tipo de tentativa de "enquadrar" comportamentos, particularmente os de âmbito sexual, de raça, credo, partidos políticos, géneros seja ele de pequenos grupos como punks, gótico, metaleiros, new age e etc.

A palavra preconceito é entendida no mini - dicionário Aurélio como sendo: sm 1 - idéia preconcebida; 2 - Suspeita, intolerância, aversão a outras raças, credos, religiões, etc. (AURÉLIO, 2001, p. 551). Decorre que esta palavra é a grande questão do adágio inicial. Não estou querendo especificar qual preconceito em particular devemos nos concentrar, mas devemos falar sobre como evitar de cultivarmos o ódio e aversão a àquilo que nos é diferente. No passado, como observamos anteriormente, os homens distinguiam-se pela cor da pele ou por sua orientação religiosa. Contudo, o preconceito e a intolerância sempre estiveram lá, assim como ódio. Na historia perde-se o número de vidas de pessoas que sucumbiram perante a histeria e ódio generalizado, porque eram simplesmente diferentes. Seus direitos eram cancelados e suas vidas negadas por não terem se enquadrado nas regras impostas pela sociedade. Assim o que almejamos é simplesmente estabelecer uma cultura de paz e de tolerância entre os homens, buscando com isso não submeter as pessoas através da força bruta, mas procurar convencê-las se possível. Caso não o seja, simplesmente acolher e procurar conviver da melhor forma possível. Deste modo só existe uma forma de nos relacionarmos e conviver com outros indivíduos que é através do duro exercício na tolerância.

No dicionário abbagnano temos duas definições para Tolerância. A primeira esta relacionada com "(...) Norma ou princípio de liberdade religiosa. Algumas vezes se considerou pouco apta a designar esse princípio uma palavra que significa "paciência", mas na realidade ela foi o emblema dessa liberdade, desde as primeiras lutas empreendidas, por meio das quais se afirmou em formas ainda hoje frágeis ou incompletas" (ABBAGNANO, 2003, p. 960). Encontramos mais adiante no mesmo dicionário uma segunda definição que diz: "O primeiro a basear a tolerância em argumentos objetivos foi Spinoza, que apresentou em seu favor o argumento por excelência, ou seja, a violência e a imposição não podem promover a fé, portanto, as leis que se propõem esse fim são inúteis (Tractatus theologico-politicus, 1670, cap. 20). Desse ponto de vista, é clássica a Epistola sobre a Tolerância (1689). Nesse texto, Locke demonstra que, ao examinar independentemente o conceito de Estado e o de Igreja, o princípio de Tolerância acaba sendo o ponto de encontro de suas respectivas tarefas e iinteresses" (ABBAGNANO, 2003, p. 962). Contudo, apesar de Locke ser um dos fundadores do liberalismo, os seus escritos que versavam sobre a tolerância ainda continham o vicio religioso de um fideismo extremado quando diz:"(...) quem nega a existência de Deus não deve ser tolerado de nenhum modo". Decorre que só foi com o iluminismo francês no século XVIII e do pensamento político liberal do século XIX que se chegou a a reconhecer o princípio de tolerância em sua forma completa, que é exposta acima. Assim podemos concluir que a literatura posterior pouco ou nada acrescentou às justificações desse princípio apresentadas por Locke; nesse sentido, tampouco se distingue o Tratado sobre a Tolerância (1763) de Voltaire, cuja justa fama se deve a influência histórica que exerceu.

Por fim, o que observamos é a escalada da intolerância aumentar cada vez mais. Na contemporaneidade é ainda pior. Herdamos do século 20 duas guerras mundiais, a última claramente tinha conotações de intolerância a raças e géneros que só se avolumaram com o seu termino. Observamos hipocritamente que passamos um verniz em nosso discurso floreando-o com palavras idílicas e acolhedoras, como por exemplo, vamos tolerar as diferenças, vamos pregar a paz entre religiões ou vamos defender a causa dos homossexuais e dos negros, estas duas frases são clichés hoje em dia em nosso país. Aliás para quem vem de fora passamos uma imagem falsa e demagógicas que vomita aos quatro cantos a palavra tolerância devido a grande variedade de cores e de géneros. Entretanto, o que vemos é a hipocrisia e a cara de pau estampada em nossos rostos quando dizemos que não somos preconceituosos ou homofóbicos , quando na realidade somos tudo isso elevado ao cubo. Maneiras para ilustrar isso não falta, como por exemplo a grande divida e o preconceito velado que temos contra os negros, crioulos, índios e nordestinos que são "todos" sem excessão habitantes deste país e que contribuíram, e, ainda contribuem para o avanço deste país e que continuam sendo, mais ainda, nos últimos tempos, discriminados. Outro exemplo são os constantes assassinatos cometidos contra os homossexuais, que vem se tornando rotina e que mostra a marca mais perversa existente nos corações dos homens que é o ódio a um outro ser humano. Caso se não faça nada o que esperar deste verdadeiro exercício de desumanização a que esta passando o ser humano. Acredito que, tal como os homens da Renascença tenhamos de redescobrir o caminho de ser humano. Do contrário, não quer ver a sociedade regredir até os primórdios da humanidade onde a força era a lei e a espada a razão.


humildemente.....Renato, Desejando boa saúde e vida longa a todos!!!

sexta-feira, 15 de abril de 2011

“A culpa é da Sociedade”

A sociedade é culpada: Esse foi um entre outros discursos gritados nesses dias que sucederam a “tragédia do realengo”, assim é como ficou conhecida a notícia de que um jovem invadiu uma escola onde antes estudara e atirou, sem motivo aparente, contra os alunos, matando 12 crianças e em seguida atirando contra sua própria cabeça.

As reações a chacina na escola no Realengo são inúmeras, intensas e distintas. Alguns se colocam no lugar dos pais das vítimas, no das próprias vítimas e também no lugar do assassino, outras sentem raiva, revolta, indignação com a sociedade e ou com Deus... Procuram culpados onde só vejo vítimas.

Constatei sobre as típicas reações brasileiras em relação a esse evento, e muitos outros casos que a mídia já sugou até a ultima gota de sangue. Como as pessoas se solidarizam com a dor do outro. Daí vem meu questionamento. Como se aplica pragmaticamente uma moral nos “tempos do cada um por si e Deus por todos”?

Sendo o ser humano egoísta por natureza como disse Kant, qual a vantagem em se por no lugar dessas pessoas? Chorar, sofrer e se indignar... A frase “podiam ser minhas filhas ou as suas” sai das bocas alheias quase que em coro. A quem queira dar uma de psicólogo, estudando a carta do assassino numa reflexão psico-sociológica, concluindo que o mesmo foi mais uma vítima da sociedade instauradora de padrões, do bulling ou sabe se lá do que mais. A quem apele pra Deus e o fim dos tempos. Mas com toda certeza tomar a dor alheia é o papel mais significativo do brasileiro comodista de outrora.

Parece uma autoafirmação de ego, com a qual os brasileiros se sentem um pouco melhores por não fazer nada em relação a coisa alguma. Sentir pena é atitude nobre frente aos que tem coragem egoísta de assumir que não se afeta com o fato por não se tratar de algo íntimo e pessoal.
 Num país no qual a desigualdade é um verme que corrói as paredes da dignidade. A miséria, a má educação, o preconceito, a corrupção e acomodação entre muitas outras “tragédias” da ordem político-social parecem ser muito mais aceitáveis quando nos deveria comover e indignar severamente. Existem muitas crianças mortas pelo chão, mas essas que são maioria estão mortas de fome e de frio. 

Essa tragédia ainda tão particular em relação a esses tantos fatos permanentes no país mobiliza por demais falsos moralistas, fanáticos por desgraça alheia e por uma afirmação do apocalipse em vias de fato. Uma tragédia fabricada pela mídia sanguessuga, que incita essa onda de indignação e que tanto e tão intensamente manipula. Parece o final que os brasileiros querem ver na novela para atestar essa demagogia coletiva de que ser bom é sentir pena e tomar a dor alheia. O que não quer dizer fazer o bem.

 Fazer do sofrimento do outro ser humano um meio para auto-afirmar sua bondade. É bem contrário ao que dizia Kant na sua máxima “age de tal forma que trates a humanidade, na tua pessoa ou na pessoa de outrem, sempre como um fim e nunca apenas como um meio.”

Para cada ato, uma omissão. Para cada sentimento de compaixão a remissão de um “pecado”. 

Estética e Literatura uma visão contemporânea da arte


O Dicionário Abbagnano define Estética com "esse termo designa-se a ciência (filosófica) da arte e do belo" (ABBAGNANO, 2003, p. 367). Levando-se em consideração esta definição quantas vezes, durante nossa vida nos encontramos envoltos em polémicas, quanto os ditosos padrões estéticos que o mercado exige e nos impõe garganta abaixo, sem questionarmos qual é o real objetivo de tudo isso? Será meramente porquê temos que nos adequar a padrões que todos seguem e que se formos contra a força da corrente incessante do capitalismo, seremos taxados de inadequados e fora da moda. De fato, garotas gordinhas tem que seguir o regime de faquir de esquálidas modelos. Senhoras de terceira idade, mulheres de trinta anos, jovens, homens e mulheres procuram cirurgiões para corrigir suas pequenas imperfeições com o objetivo de se adequar a princípios estéticos evocados por uma sociedade esquizofrênica e louca!

Não há mais um critério único capaz de separar o que é arte do que é meramente repetição e adequação. Por conseguinte, no inicio do capitalismo, a mera repetição se restringia massivamente a objetos, roupas e utensílios. Ainda não havia o culto ao corpo modificado e adequado ao desejo incessante feito através das cirurgia plásticas. Homens e Mulheres estão procurando, a todo momento, estão em busca da perfeição exigida por uma sociedade que repudia a individualidade e imperfeição. A moda agora é as mulheres de peitos fartos e bumbum redondos e polpudo. Os homens devem ter seus corpos parecidos com verdadeiros Aquiles modernos, fabricados em academia de ginástica. Quando o tempo (outro empecilho na contemporaneidade) falta, busca-se o recurso a cirurgia plástica. São próteses de peitos, no caso das mulheres e de peitorais esteticamente postos que são meros adornos para a satisfação pessoal que não tem nenhuma conotação de correção estética de um corpo mutilado. A modelação corporal é apenas mais uma forma de demonstrar o total desconforto de saber que não sabemos mais separar o que é realmente necessário e inpressendivel supérfluo para o que é desnecessário e supérfluo.

ora então o que dizer da arte e da cultura em geral? A pintura gráfica, feita através de máquinas avançadas, computador extremamente metódicos, com os seus milhões de pixels substituíram os ultrapassados pintores de quadros nos processos de reprodução. Peças de artes podem ser fabricadas agora por maquinas requintadissimas, que podem reproduzi-las aos milhões. Filmes são feitos sem sair do estúdio, ruas, bairros, cidades e até países podem ser retratados apertando alguns botões em um computador. Não é preciso mais os autores se deslocarem ou filmarem em cidades, ruas, bairros ou países reais. Tudo agora pode ser fabricado "virtualmente". Os atores, igualmente, podem ser capturados por modernos programas de computador que muitas vezes os substituem (como no caso de desenhos e filmes que capturam apenas suas imagens e codificando seus movimentos dão uma nova roupagem a seus personagens). O humano esta ficando obsoleto, diante do movimento anti-essencialista que se fixou em uma época em que o máximo da intelectualidade é ler os romances adolescentes de vampiros e de bruxos desprovidos de uma preocupada busca de sentido para o que se esta lendo. Não deve-se culpar os autores pelos leitores ler suas obras, como mera peças descartáveis, que lê-se e depois deixa em cima de uma estante levando poeira, esquecido, porquê simplesmente apareceu uma nova moda de leitura.

Os valores estéticos realmente padecem de um critério. Até o século 19 tínhamos um padrão a ser seguido, Entretanto, com o surgimento da industrialização e o avanço tecnológico, perdeu-se alguma coisa pelo caminho. A critica a falta de critério estético não é de hoje, muitos filósofos moderno e contemporâneo já se preocupavam com o assunto. Entre eles, na modernidade o escocês David Hume, Kant, Baumgarten, Hegel, Schiller, Goethe, entre outros já anteviam esta crise, mas acreditavam que haveria uma conscientização da forma estética, e, portanto a retomada da valorização do humano como critério único de avaliação. A isto davam o nome de "gosto", porque caracterizava um assentimento, mesmo que subjetivo, seguindo regras apoiadas nos valores estéticos da antiguidade. Na contemporaneidade encontramos os representantes da analise estética em incriveis autores como Nietzsche, Kiekergaard, Heidegger, Gilles Deleuze, Michel de Foucaut, Jaques Derrida entre outros. O sintoma reprodutivo (representado em grande parte pela massificação da arte e da cultura) produzira seus danos. A arte sofre de síndrome de múltipla personalidade e já não sabe mais o que é. Os critérios são variados, e nenhum parece servir para distinguir o que deve ser considerado arte e o que não deve ser considerado. Walter Benjamin acenava para este aspecto mórbido e multifacetário das opiniões estéticas. Talvez por isso tenha recorrido as épocas antecedentes procurando encontrar a "áurea" que se perdeu, e, com isso reconduzir toda a estética a um novo rumo. Infelizmente, Benjamin morreu antes de alcançar seu intento, o que foi uma pena.....enorme, para uma época sem identidade!!!!!!

Considero por fim, que sem dúvida não acrescentei nenhuma informação nova sobre o assunto. Mas devo, apenas, expressar o meu desanimo e incompreensão com os valores postos sobre a arte como algo de grande valor quando na realidade a mesma dilui-se paulatinamente na corrente da reprodução e do desdém. Onde está a contravenção, a busca de exprimir um pensamento original, de passar uma mensagem inaudível, de evocar o humano sem cair no cliché de humanizá-lo o equivalendo a todos, e, portanto usando da astúcia da razão hipócrita. Enfim o que podemos arte em nosso tempo....sem cairmos na mera repetição ordinária como o que encontramos costumeiramente. Espero não obstante que consigamos encontrar nossa identidade estética e consigamos sair da aporia que se encontra a arte e a cultura. Produção em grande escala não quer dizer sintoma de qualidade, antes, porém, pode ser indicio de incêndio. Seja como for devemos olhar e ponderar com bastante atenção para aqueles que postulam que determinada arte, seja ela no âmbito da pintura, escultura, música ou outra qualquer deve ser considerada de grande valor estético.


humildemente: Renato.....

sábado, 9 de abril de 2011

Poema de ônibus

É aquele tipo de pensamento dispensável que você tem quando tá sem livro pra ler ou sem mp3 pra ouvir no ônibus. Eu os escrevo e ponho pra vocês lerem!

Sabe aquele joguinho de montar a pessoa ideal, quase uma receita mágica que todos vocês já  devem ter pensado? O beijo de fulano, o corpo de cicrano, a inteligência beltrano... Enfim, é sobre isso. 

Boa leitura!



Você não é o homem dos meus sonhos

Me deseja, mas não me ama
Me ouve, mas não me escuta
Toca violão, mas não é artista
É graduado, mas não tem mestrado
Muito menos doutorado
É engraçado, mas não te a graça
Não anda pelado, mas é mal arrumado
Não liga nem manda recado
Tem carro, mas só vivi quebrado
Tem tempo, mas tá sempre ocupado
É tarado, mas num dá conta do recado
Viril, trabalhador e educado
Mas tá enrolado, quase casado 
Só pode ser o sinal de que
É mesmo o homem errado
Elogia minha bunda, mas não meu sorriso
É sincero, mas até demais
É carinhoso, mas chega a ser meloso
É lindo...
Loiro, alto, tem cabelo bom e olho azul
Mas é muita areia pro meu camiãozinho
É perfeito, mas definitivamente
Não é o homem dos meus sonhos
Mas se fosse assim...
Todo do jeito que eu queria 
Prometo para sempre eu amaria

__________________


 XêruS

domingo, 3 de abril de 2011

DOS CAMARINS À DANÇA

A Dança é mais que mais um documentário de Wiseman ou um filme sobre balé. É um espetáculo de dentro para fora. Da realidade nua e crua da criação para o palco. Como tudo acontece no Le Ballet de L’Opera de Paris .

O filme pretende nos prender com tomadas  longas e estáticas de bastidores. Ensaios coreografados e apego aos detalhes cheios de significados. Pondo-nos como testemunhas do nascimento de um recital de balé.  Onde os rangidos dos pés no tablado de madeira  ditam ritmos e nos intima.

Alegorias a parte. O diretor nos convida a dividir com ele esse segredo. O que nos reserva os camarins da Ópera de paris? Como os bailarinos conseguem com tanta naturalidade, movimentos e sincronia tão perfeitos?  Que profissionais são necessários e qual a importância deles no processo?

Desde os apliques no colante da bailarina à iluminação do palco. Vemos no filme toda a homogeneidade da obra em peças separadas de um quebra-cabeça. Todas as repetições exaustivas e hipnotizantes convergindo à perfeição.
Faz parte do papel de um bailarino incorporar o personagem. Como diz um dos coreógrafos “o bailarino é ao mesmo tempo o cavalo de corrida e o seu jockey” Além de incessantes e imperceptíveis correções é necessário estudar expressões cênicas e desenvolver idéias. Cada movimento conta um pedaço da história e tem seu propósito.

 Enxerga-se o paradoxo dessa carreira. Da busca pelo reconhecimento à luta contra a crueldade do tempo.  Enquanto isso os diretores da escola junto aos coreógrafos estudam como serão as apresentações. Decide-se quem dança e quem não dança. E ainda todos os aspectos técnicos e burocráticos. Há toda uma hierarquia a ser seguida. Circula muito dinheiro.

O filme surpreende ao revelar beleza no mais frio e calculista dos movimentos. Como bailarinas extremamente altas, magricelas e desajeitadas condicionam seus corpos por meio de repetição. Tornando os movimentos leves, delicados e sublimes.

Claro que o Balé da Ópera de Paris não é feito só de dança. É a expressão corporal dos bailarinos a voz que canta na ópera. A trilha sonora produzida por uma orquestra dá intensidade aos movimentos. Assim como também toda a iluminação nos dá o contorno dos corpos em movimento. Os figurinos têm cores e formas específicas a cada coreografia e são feitos a mão minunciosamente.  A mistura de todos esses elementos é servida no palco.

Vemos como as coreografias evoluem. Os resultados pagam toda a morosidade dos ensaios e das cenas da costureira pregando missangas na saia de dezenas de figurinos. Alguns fragmentos de espetáculos, como “A Casa de Bernarda Alba”, de Mats Ek, e “Orfeu e Eurídice”, de Pina Bausch no fim dão o ar de sua graça.


Incrível como quando conhecemos a receita começamos a sentir cada tempero individualmente e o prato parece especialmente mais saboroso. Coma com os olhos!
Bonne appetit!

Weynna Barbosa


FICHA TÉCNICA: 

  • Título Original: La danse - Le ballet de l'Opéra de Paris
  • Realização: Frederick Wiseman
  • Distribuido em Portugal por: Atalanta
  • Género: Documentário
  • Ficha Técnica: Duração: 2h39m | Origem:FRA















TRAILER: