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terça-feira, 30 de abril de 2013

Crônica de mesa de bar

Sento-me nessa mesa todos os dias para vê-la passar. Ela, a moça de cabelos cacheados, aquela alva. Mora aqui perto. Caminha para casa e nos deleita com a imagem de seus passos, com aquele rebolado de matar um homem. Que bela mulher. Quando desponta na esquina e avisto seu andar despreocupado, que poderia chamar de andar de gazela - pra falar bonito -, apresso-me em disfarçar, mas aí começam vários segundos de um deleite precioso. Ela vem. Quando caminha lento imagino-lhe pensando em nada, apreciando o vento que lhe beija os cabelos e as pernas - Ah, que pernas. Quando caminha rápido quero crer que lhe movimenta um jantar com a família, um encontro com o namorado. Queria eu ser esse vento que lhe roça a pele.



Não comentei aqueles lábios... Precisas vê-los! Carnudos, de quem pede beijos, e quando entreabertos, são eles que revelam o desejo de beijar. Me atiçam a imaginação. Depois que ela vai embora, o que fica é um perfume de flor e de madeira, um perfume de mistério que toma o ar por frações de segundo, mas que reconheço como dela, e que não há em nenhuma outra mulher. Esse perfume furtivo me povoa a lembrança por horas de cerveja, amigo.
Apesar de toda essa observação, ela não me conhece. Não me olha, sequer imagina meus pensamentos. Imagino ela desfilar ao som de um jazz, ao som de uma voz sensual de uma música sem nome, como num comercial em que o foco não é nada senão a modelo.
Meu caro amigo, ali vem ela, precisas conhecê-la.
(...) 
Afinal agora queres conhecer a mim? Chamam-me Carlos. Mas aqui lhe confesso: de batismo meu nome é Ana.