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O projeto de extensão “cores” nos convida inicialmente a um espetáculo sobre a vida da artista plástica, mexicana, Frida Kahlo. A medida em que mexe com nossos sentidos e pulsões percebemos que não é tão biográfico como esperávamos, tornando o convite propositalmente íntimo.
As cores avessas de Frida Kahlo, choca-nos pela violência de sua proximidade. Não vemos o espetáculo apenas sobre uma perspectiva. Palco, poltronas, platéia, cenário, iluminação, todos são elementos usados contra nós e a nosso favor, nos colocando as vezes como personagem as vezes como testemunha.
Cúmplices! Esse parece ser nosso papel dentro do universo das cores Rubras e Negras da peça. Vermelho... Do sangue perdido por inúmeros abortos e acidentes, sofridos e provocados. E negro... Dos longos cabelos e das espeças sobrancelhas coladas.
Passional, indiscreta, polêmica são faces de uma mesma mulher dentro de um só roteiro sem falsos pudores. De texto poético, ainda forte e direto.
Insinuando-se para nós e as vezes ignorando nossa presença, os atores nos obrigam a partilhar com eles, das sensações da própria Frida. Cada risada, gemido (de dor e prazer) nos desconforta ou reconforta, dependendo do ponto de vista até desconforta e reconforta ao mesmo tempo.
Presenciar esse espetáculo é uma experiência excitante. Já o vi duas vezes, em cada uma deles tive novas impressões.
Claro suas impressões mudarão de acordo com o lugar que você sente... Ambiguamente falando.
Por fim.
Escrevi um poeminha inspirada nessa experiência minha!
Calo, à boca aberta
Nada dizer
Embriago meu pudor
Ferida...
No cálice de coberto
Dor, Prazer...
Convido a vocês a essa experiência.
Xêrus.
Serviço: