O MÁGICO

Confira essa nova animação do diretor de Bicicletas de Belleville.

BALADA DO AMOR E ÓDIO

Confira nossa crítica sobre o mais novo filme do cineasta espanhol Álex de la Iglesia.

FRIDA KAHLO EM SEIS SENTIDOS

O projeto de extensão “cores” nos convida inicialmente a um espetáculo sobre a vida da artista plástica, mexicana, Frida Kahlo.

ARTEROTISMO - UM CONVITE

Gente! Ontem eu fui ao evento #OqueDjaboÉIsso, onde tive o prazer de assistir ao ótimo espetáculo "As cores avessas de Frida Kahlo"...

"A CULPA É DA SOCIEDADE"

A sociedade é culpada: Esse foi um entre outros discursos gritados nesses dias que sucederam a “tragédia do realengo”...

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

" O gato bebe leite, o rato come queijo e eu sou Palhaço"


O Palhaço (2011), segundo longa-metragem de Selton Mello, uma espécie de road movie que trás a tona a crise existencial de um palhaço cansado de nunca sorrir. Contudo o diretor e também ator resgata para seu filme a famosa "magia do circo" ao melhor estilo vaudeville, e para seu personagem toda a pureza, ingenuidade de um clown, proporcionando em ótimas cenas e risadas.

Ao se confrontar com sua realidade deveras ridícula, o palhaço pangaré foge à herança do ofício e ruma em busca de sua identidade, para isso o diretor usa da literalidade e da metáfora do ventilador que gira suas hélices de acordo com o vento. Simbolizando, a meu ver, o quanto nós deixamos o acaso e as circunstâncias serem o cerne de nossas vidas. Conseguir esse ventilador era como ter controle de seu destino e de suas escolhas. Nesse enredo o palhaço busca alguém que o faça sorrir e encontra na naturalidade da vida comum, fora do circo, não só um ventilador, mas também um motivo para sorrir, que esteve sempre diante de seu nariz, o “respeitável público”.

As referencias de Fellini à Didi Mocó e homenagens/resgate à Praça é nossa nesse longa, mostram que Mello, encontrou também sua identidade como diretor, que está entre o filme de grande público e o de arte. Toda a fotografia intimista e geométrica, os planos médios e o enquadramento  estilo tableau vivant e os planos sequência mostram o poder da arte cinematográfica que Mello mostrou que sabe usar bem. Nem vou falar do grande elenco e das maestosas atuações porque isso é claro e evidente.  

O palhaço ícone de todo um inconsciente coletivo, encanta, comove e emociona a todos. De forma lúdica o filme desperta esses aspectos tão bem nos espectadores que o assistem. Talvez seu único defeito seja não ter mais tempo, a forma doce, simples e divertida como tudo é colocado nos faz querer ficar mais diante da tela. 

Ficha técnica: 

Título original: (O Palhaço)
Lançamento: 2011 (Brasil)
Direção: Selton Mello
Atores: Selton Mello, Paulo José, Giselle Motta, Larissa Manoela.
Duração: 88 min
Gênero: Comédia Dramática
Status: Em cartaz
site oficial: http://www.opalhacofilme.com.br


quarta-feira, 23 de novembro de 2011

O homem com uma câmera de filmar: Uma poética do cinema


Iniciamos nosso ciclo de filmes clássicos com a obra que considero o maior documento cinematográfico sobre a arte do cinema: Человек с Киноаппаратом, O homem com uma câmera de filmar em português, com técnicas revolucionárias para sua época, influenciou a estética e a história do cinema como um todo.



Ficha técnica:
Direção:Dziga Vertov
Ano:1929
País:Rússia
Gênero:Documentário
Duração:80 min. / p&b / mudo
Título Original:Chelovek s Kinoapparatom
Título em inglês:The Man with a Movie Camera

Sinopse:
Um experimento cinematográfico que foi considerado inovador para a sua época por utilizar várias técnicas até então pouco ou nada vistas. É um documentário que mostra um dia normal, totalmente típico, na cidade de Moscou.

Crítica:
Em O homem com a câmera (1929) o cineastarusso Dziga Vertov promove a criação de um cinema de revelação: do que estáoculto sob a aparência do processo social, que capte e reelabore a visãoindustrial dos acontecimentos do mundo. Vertov era incisivo em sua recusa daficção cinematográfica. Sua proposta é captar os fatos. A máquina “cine-olho”quer captar a orquestração do mundo e, para isto está mais equipada do que oolhar natural do homem enredado em deformações psicológicas na percepção dofato. Para o diretor “o ‘psicológico’impede o homem de ser tão preciso quanto o cronômetro, limita o seu anseio dese assemelhar a maquina”. O que nos revele uma utopia da perfeição industrial esocialista. O otimismo industrialista e a estética da máquina estão vinculadoso seu engajamento no projeto desenvolvimentista da nova sociedade socialista deLenin.
Os filmes soviéticosadotam uma postura construtivista inclusa no contexto das vanguardas, que semanifesta no seu interesse em mostrar a ideia do cineasta-proletário, nainserção da arte na vida cotidiana, nos materiais de construção do filme (câmera,filmagem, montagem). Porém, Vertov vai mais além “ao revelar a alma da máquina,promovendo o amor do operário por seu instrumento, da camponesa por seu trator,do maquinista por sua locomotiva”. Defendiaque a câmera era o mecanismo capaz de filtrar as interferências subjetivas. Comcenas reais, sem atuação, propõem o cinema verdade [kino-pravda]. Trazendoconsigo de forma poética as matrizes características do realismo e umaexaltação da máquina.
Ohomem com a câmeraé um marco no cinema mundial, nos mostra o olhar do homem sobre a modernidade esobre si. Ao mesmo tempo uma obra futurista, uma enciclopédia de técnicascinematográficas com seus close-ups, slow motion, travelings e panorâmicas, ângulos eenquadramentos, recortes, transições e a animação de objetos, sendo pioneiro emmuitas dessas.
Desde seu início ofilme nos mostra a que veio: romper com a literatura e dramaturgia no cinema. Emum cinema sem atores e sem encenação, no qual talvez os únicos e possíveis atoresseja o próprio “homem da câmera”, representado por Mikhail Kaufman irmão deVertov, “o realizador” que passa pelas ruas a capturar o movimento da vida. EYelizaveta Svilova, esposa de Vertov, representando a assistente de montagem,ambos filmados em seus papeis da vida real. Para o diretor a câmera em seusmovimentos e artifícios únicos e a montagem como motora do processo já é amarca estética da arte cinematográfica por excelência não sendo necessário umespetáculo encenado.
A intenção em buscarconsciência por parte dos espectadores e revelar através do cine-olho uma visãonitidamente transformadora do universo fílmico, revelando uma verdade que nãodeve sofrer manipulação que destruam sua autenticidade, resgata as característicasdo primeiro cinema e constrói a ideia do que hoje chamamos de documentário.
Um filme mudo,orquestrado magnificamente por sugestão do próprio Vertov pela The AlloyOrchestra (versão de 1996). Uma obra prima da história do cinema, um documentoimagético e uma verdadeira aula de cinema.


Filme completo:


segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Sebo é Cultura [também em cassete]

Pra quem já acompanha aqui no blog, somos defensores da cultura sebista. Esse vídeo é um trabalho do radialista e músico Waldemar Ramos. O documentário trata da história do Sebo Cata livros em Natal, frequentadores e seus "achados". Confira!

domingo, 6 de novembro de 2011

A pele que Habito


A mais nova película de Pedro Amodóvar é sem dúvida até agora a melhor obra cinematográfica do ano de 2011, e um marco para o diretor. Em A pele que habito (2011), o Almodóvar se reinventa, mostra que é mais que dramas românticos, relações passionais e mulheres histéricas. Não só reinventa seus personagens, como também meche com valores além do que nos permitimos pensar, nos deixando num total clima de estranhamento. Ele vai além da sua obra e rebusca detalhes sutis que serão de uma importância extrema para o enredo. Quando disse que faria um filme de terror sem grito nem sustos, não consegui imaginar, até ver com meus próprios olhos. Ele brinca com os elementos do cinema clássico de terror, o cientista louco, a cobaia humana, em um castelo. Um belo resgate da literatura fantástica: O Médico e o monstro e Frankenstein, com um clima moderno e original típico dos contos de Isaac Asimov.  


Tento não falar muito da história, porque ela é uma peça bem pregada pelo diretor no seu espectador, na qual somos pegos desprevenidos no que aparentemente seria mais um filme passional do Almodóvar. O diretor trabalha obsessões e loucura com a frieza e experiencia de um sádico e revela assim uma face totalmente obscura de seu cinema. Numa ficção científica que ainda reúne os traços mais marcantes de sua filmografia. Quem já viu Abraços partidos (2009) e Fale com ela (2002) tem uma ideia da obscuridade que ele conseguiu condensar e aprimorar na sua nova obra. 

A pele que habito é um filme surpreendente além de tudo. É também intenso e provocativo, nos mostra como na psicanálise Freudiana que cada detalhe da vida, pode ao fim se tornar uma chave para despertar algo obscuro.  

Recomendo muito, tá em cartaz! Desejo a todos um bom filme. :)

Trailer: 

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

10 Dimensões: Diálogos em rede, corpo, arte e tecnologia


Projeto 10 Dimensões apresenta a Dimensão Computacional

Nos dias 10 e 11 de novembro ocorrerá o segundo evento do Ciclo 2 do Projeto na área de  Arte e Tecnologia - 10 Dimensões: Diálogos em rede, corpo, arte e tecnologia”. Esse será o 12ª encontro do projeto que terá como discussão a Dimensão Computacional. As atividades se iniciam às 17h30 no auditório do Campus Cidade Alta.
A Dimensão Computacional  tratará das modificações pelas quais atualmente passa a computação, na área de software e hardware hoje  abertos e livres, assim como do espraiamento da computação distribuída, e o surgimento de uma nova geração na área de arte e tecnologia e seus horizontes, trabalhando com plataformas mais leves e abertas, inclusive de programação.
O projeto 10 Dimensões: Diálogos em rede, corpo, arte e tecnologia” trata-se de um projeto interinstitucional que tem a UFRN enquanto instituição líder em parceria com a UFPB e o IFRN. Sua configuração corresponde a conferências, palestras e exposições e tem como intuito mapear questões presentes na produção artística em novos meios apresentando personalidades de diferentes regiões do Brasil que trabalham, pesquisam e discutem sobre as relações da arte e tecnologia em um mundo pós-virtual, tratando de campo fundamental da arte e tecnologia.
Programação:
10 de novembro (quinta-feira)

17h30 – Bate-papo com:
Jeraman (LabOCA - Lab. de Computação e Artes - UFPE)
- Abrindo a caixa-preta: Arte e livre - conhecimento.

Vilson Vieira (MuSa – Multimídia, Sistemas e Artes - USP)
- Computação e Arte

11 de novembro (sexta-feira)

17h30 – Mesa redonda
Criação artística e programação computacional (mediação: Prof. Moisés Cirilo - IFRN)
Jeraman (UFPE)
Vilson Vieira (USP)
Marcello Passos e Bruno Santos do LAVID – Lab. De Aplicações de Vídeo Digital (UFPB).

Oficinas – 19h30
- Introdução à programação - PURE DATA
- Computação criativa - SCRATCH
- Fluxos múltiplos de vídeo em tempo real - Ferramenta Arthron

Mais informações no site: www.10dimensoes.net ou siga-nos no twitter: @10dimensoes