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"A CULPA É DA SOCIEDADE"

A sociedade é culpada: Esse foi um entre outros discursos gritados nesses dias que sucederam a “tragédia do realengo”...

segunda-feira, 18 de maio de 2015

ENTREVISTAS COM ROTEIRISTAS DE HQS POTIGUARES

ENTREVISTAS COM ROTEIRISTAS DE HQS SOBRE SUAS CRIAÇÕES, INFLUÊNCIAS E PERSPECTIVAS.


EMENTA: O objetivo dessas entrevistas é ressaltar o modo próprio de ser da profissão e trabalho do roteirista/argumentista nas obras de Historias em quadrinhos do RN, procurando mostrar como e o por quê o roteirista faz suas escolhas em detrimento do desenvolvimento de uma historia ao invés de outras. Buscando com isso, responder para o grande público leitor de hqs o que os motiva ou faz optar por contar historias do que ser um mero reprodutor delas. Além de compreender suas reflexões, anseios e opiniões sobre os quadrinhos potiguares e suas especificidades.

Mini biografia Wagner de Oliveira


Wagner de Oliveira nasceu em Assu no dia 09 de maio de 1976, filho de pintor, Barrinha. Desenha desde os 6 anos de idade, cresceu lendo os mestres, Mozart Couto, Eugênio Colonesse, Flávio Colin, Emir Ribeiro e outros. Sob convite de Luiz Elson, fez seu primeiro trabalho em quadrinhos, que na verdade, servirá como um storyboard, de um roteiro desenvolvido por ele, de um filme homônimo que esta sendo desenvolvido pela equipe de cinema de Assu, na qual faz parte. Wagner de Oliveira é artista plástico, desenhista, poeta, escultor, chargista e escreve nas horas vagas. Trabalha à 8 anos como oficineiro com crianças e adolescentes na sua cidade natal. Para maiores contatos www. fotolog.terra.com.br/acaverna.
    
ENTREVISTA:

1 – Bem agradeço a disponibilidade de tempo, do ilustre roteirista para essa entrevista e já começo perguntando o que o levou a fazer roteiros sobre quadrinhos?

Antes de mais nada, obrigado pelo convite de participar, de ser um dos alvos dessa série de entrevistas, O que sinceramente me deixou muito honrado, ser inserido no meio de tantos feras. Posso me definir como alguém que curtiu muito ler quadrinhos na sua adolescência, e por possuir uma certa habilidade no desenho, resolveu brincar de fazer quadrinhos. Comecei aos nove anos de idade fazendo gibis usando canetas esferográficas com personagens “próprios”, clones de He-man e demais desenhos animados da época. 

E histórias “próprias”, por exemplo como o personagem guerreiro que vem de um lugarejo para cidade grande, vingar a morte do pai... Clichês de uma época. Depois de um tempo, tinha um acervo de desenhos e ideias mais aperfeiçoados que me rendiam alguns elogios. Cheguei a participar de uma reunião com o Grupeq, seria uma oportunidade de realizar o sonho de se enturmar com profissionais da área que eu almejava em meus sonhos, mas infelizmente nada aconteceu. Até os 18 anos fiz alguns trabalhos como hobbies. Então veio o casamento, trabalho, e eu me afastei de tudo isso. Seguindo meus instintos, ou a falta deles, enveredei por um caminho tão difícil quanto o dos quadrinhos, o das artes plásticas. O luiz Elson, de alguma forma, sabia sobre esses trabalhos que eu fazia e me convidou para colocar uma dessas histórias que eu tinha, no seu projeto Primeira edição. Achei não ter nada á perder e resolvi participar usando uma de minhas histórias. O Boneco foi descoberto pelos caras da K-ótica, e aqui estou eu sendo entrevistado em meio de tanta gente boa.

2 –Ok, então sabendo de suas motivações gostaria de aprofundar mais o conhecimento sobre as hqs que te influenciaram, despertando você para esse universo dos quadrinhos?

O quadrinho Nacional dos anos 80, foram o primeiro passo, Mozart Couto, Eugênio Colonesse, Rodoufo Zalla, Flavio Colin, Edmundo Rodrigues, foram os primeiros idolos. A revista mais incrível, logo de cara, o primeiro nome que vem à cabeça, Transubstanciação do gênio Lourênço Mutarelli. A possibilidade de unir poesia, beleza, feiura, amor, ódio, personagens fortes e caricatos, e um texto de uma sensibilidade arrepiante, mudou minha visão dos limites do que o quadrinho poderia ultrapassar.

3 – Então, observando suas motivações e influências quais os gêneros ou tipos de historias você desejaria escrever para os futuros leitores de seus quadrinhos?

Tenho a vontade de escrever algo que não seja descartável. Algo que tenha alma, que possa ser lido por você em diferentes fases de sua vida e que te dê diferentes significados para o que você leu. Que signifique algo como Transubstanciação de Mutarelli significou para mim. Em relação ao gênero, gosto de histórias que envolvam várias pitadas de temperos característicos de cada gênero. Lovecraft por exemplo, usa com maestria pitadas de ficção cientifica nos seus contos de terror. Sinto que existe um certo preconceito no erótico. Acho o erotismo um tempero muito bacana a ser usado em minhas histórias, O Boneco era uma história erótica, a força motriz que desencadeava todo o resto da história eram os desejos sexuais e afetivos em uma menina especial desaflorando e modificando o seu cotidiano. Tanto que na primeira versão, no primeiro quadrinho, uma mão liga um rádio velho, e enquanto o ambiente de sua casa é mostrado, toca a música do Luiz: “Mandacaru quando fulôra na seca, é sinal que a chuva chega no sertão, moça bonita quando enjoa da boneca é sinal que o amor já chegou no coração.”

4 – Muito bem, você poderia falar um pouco sobre a forma de escrever roteiros e suas preferências, além de se possível for, me responder qual a sua posição quanto a abordagem de temas delicados que por acaso você venha ou tenha escrito e que nem sempre são temas muito faceis de serem abordados e aceitos pelo grande público leitor?

Gosto de temas fantásticos e surreais. A história precisa formar vários caminhos e saidas mas não necessariamente conclui-las da forma que todos esperavam.Criar dúvidas Ter vilões que horas teem atitudes heróicas, e heróis que horas teem atitudes duvidosas.Escrevi uma história onde as pessoas acordavam com uma pedra enorme em cima da terra, nela, descrevo unicamente sobre a reação das pessoas, e o que isso mudaria em suas vidas, sem me preocupar o que era essa bendita era, fui assim até 90% do texto de 60 páginas, até hoje as pesoas me perguntam o que realmente ea a “pedra”.

5 – Você possui alguma pretensão de desenvolver uma a estética própria em sua escrita que tenha como objetivo experimentar através de seus roteiros?

O desenvolvimento de uma técnica é algo que eu acho que vem com a prática. Você pode observar nos trabalhos iniciais de qualquer grande artista, você vai notar suas influencias, com o tempo ele vai tornando o seu trabalho uma mistura homogênea e pessoal, e quando podemos ver a sua maturidade. Eu deixo a coisa ir se formando livremente.

6 – Essa pergunta é cabciosa, para não dizer sacana, mas necessito fazê-la, você se considera um roteirista de que tipo? Comercial que escreve para vender e divulgar o seu trabalho apenas, Independente que objetiva escrever para um determinado público, desejando uma liberdade maior de criação ou ser Alternativo (underground) que procura a experimentação e a liberdade de expressão, apenas, sendo que o público consumidor seria apenas uma consequência e não o objetivo principal?


Sempre fui o Alternativo, mas no meu ponto de vista não vejo problema em ser o independente. Vai depender muito da situação.

7 – Muito bem, considerando que como quadrinista inserido em uma região do país, a nordestina em que temos a carência de tudo há decadas, qual a perspectiva atual do mercado de Hqs nessa região e especificamente, o quadrinho potiguar?

Não especificamente o dos quadrinhos, mas o das artes em geral, considero quadrinho uma arte, existe todo um universo de dificuldades, da mesa de desenho até ao consumidor final. Uma realidade desmotivadora que não incentiva o surgimento de sangue novo. Dava aulas de desenho em projetos sociais, e em uma das aulas levei um monte de revistas do Projeto Primeira Edição que o Luiz Elson me conseguiu, para as crianças lerem, seria legal que as prefeituras comprassem essas revistas para incentivar a leitura das crianças e aos desenhistas á produzir. Nas bancas de revistas poderiam ter expositores especiais para revistas produzidas aqui, espositores patrocinados por algum tipo de lei ou edital, não sei. Os profissionais estão ai, precisam só de visibilidade, foco, e de um jeito atual de divulgar o seu trabalho. Lógico, posso até está falando besteira, mas é o meu ponto de vista.

8 – Nessa perspectiva, gostaria de saber quais as hqs POTIGUARES que lhe despertaram alguma curiosidade e lhe surpreenderam em algum sentidonesse ou em outros anos?

As ultimas revistas que tive a oportunidade de ler foram as publicações do projeto “Primeira Edição”, Nesses gostei do trabalho de Beto Potyguara, Luiz Elson e Marcos Guerra.

9 – Confesso que já fiz uma lista de roteiristas potiguares que gosto, mas serei sacana e restringirei a lista a três roteiristas que você considera nos últimos tempos que produziram historias interessantes e se possivel, fizesse um pequeno comentário sobre sua opinião a cada um deles e suas obras?

Gosto muito do Luis Elson com seu trabalho sobre o cangaço (Labareda). Gilvan lira é um artista que sempre tenho a oportunidade de observar o seu trabalho, e notar sua evolução ao longo dos anos. Marcos Guerra, como desenhista é um cara versatil gostei de “O Homem da Ilha de Lixo” de sua autoria fez me lembrar das coisas boas dos anos oitenta.

10 – Não precisa dizer que se você esta sendo entrevistado por mim é por que já o considero uma promessa para o panteão dos roteiristas Potiguares e promessa de grandes historias para o futuro, além disso espero muito de você, mas fora essa pressão psicológica qual suas perspectivas de roteiros futuros e qual os outros gêneros de historias gostaria de escrever?



Obrigado,Pretendo fazer uma versãocompleta de “O Boneco” em quadrinhos, com desenhos mais bem trabalhados, nela serão mostradas as três partesda história juntas.Pretendo também concluir o meu livro A Pedra, e quem sabe, lança-lo. Quanto ao gênero,qualquer um, Sinceramente tenho minhas preferencias mas acho que dá pra desenrolar nos outros, vai depender da inspiração e um pouco de pesquisa para poder me adaptar a cada um.

domingo, 10 de maio de 2015

ENTREVISTAS COM ROTEIRISTAS DE HQS POTIGUARES



EMENTA: O objetivo dessas entrevistas é ressaltar o modo próprio de ser da profissão e trabalho do roteirista/argumentista nas obras de Historias em quadrinhos do RN, procurando mostrar como e o por quê o roteirista faz suas escolhas em detrimento do desenvolvimento de uma historia ao invés de outras. Buscando com isso, responder para o grande público leitor de hqs o que os motiva ou faz optar por contar historias do que ser um mero reprodutor delas. Além de compreender suas reflexões, anseios e opiniões sobre os quadrinhos potiguares e suas especificidades.



Mini biografia.


Dickson de Oliveira Tavares Nascido em Natal/RN, Desenhista por vocação, Designer por profissão e Jornalista por formação. Desde os cinco anos de idade dividia o fascínio pelos desenhos animados como He-man, Thundercats, Super Amigos com as histórias em quadrinhos do Batman, Superman e Liga da Justiça. Registrava com desenhos tudo a sua volta, mais tarde aos 13 anos focou no aprendizado dos desenhos de super-heróis. Fez cursos de Histórias em Quadrinhos com os Mestres Evaldo Oliveira e Watson Portela. Lançou sua primeira revista em parceria com o amigo e ilustrador Napoleão Nunes, apresentando ilustrações e histórias curtas em 2011 - a revista Núcleo Base Quadrinhos pelo projeto Primeira Edição, pela Fundação José Augusto. Atualmente é mestrando em Estudos da Mídia (2015), especialista em Propaganda e Marketing na Gestão de Marcas pela UFRN (2014), bacharel em Jornalismo no Curso de Comunicação Social pela UFRN (2012) e licenciado em Educação Artística com Habilitação em Desenho pela UFRN (2003) . Co-autor do jornal laboratório O Periódico do Curso de Jornalismo. Atuou como ilustrador, cartunista, webdesigner, arte-finalista no mercado publicitário natalense entre os anos de 1999 a 2008. Exerceu o cargo de Arte-educador na condição de servidor público, integrando a equipe multidisciplinar de educadores sociais da Secretaria Municipal do Trabalho e Assistência Social - SEMTAS, na cidade do Natal/RN, de 2007 a 2010. Na condição de servidor público cedido, atuou como designer na Seção de Editoração e Publicações do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte, de 2009 a 2010. Seu vínculo atual, desde 2010, é de servidor público, do quadro efetivo, no cargo de Programador Visual na Secretaria de Educação a Distância SEDIS, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN.





ENTREVISTA:
1 – Bem agradeço a disponibilidade de tempo, do ilustre roteirista para essa entrevista  e já começo perguntando o que o levou a fazer roteiros sobre quadrinhos?

Posso dizer que foi o desejo natural de contar minhas próprias histórias, de maneira  livre,  para  que  eu  mesmo  pudesse  desenhá‐las.  Creio  que  o  jeito  de  fazer  dos  quadrinhistas autoriais tenha me influenciado.

2  –  Ok,  então  sabendo  de  suas  motivações,  gostaria  de  aprofundar  mais  o  conhecimento sobre as hqs que te influenciaram, despertando você para esse universo  dos quadrinhos?

Minha formação basicamente vem da televisão. Assistia e assisto muito TV, e sempre gostei de analisar a forma como as histórias se desenvolvem, nos diferentes modos narrativos, como telenovelas, seriados, filmes e animações. O contato com a narrativa gráfica das HQ´s se deu em minha adolescência no contato com as revistas dos personagens da DC e da Marcel Comics. O universo do Batman e suas conexões com super heróis do Universo DC me influenciaram como leitor. Posso destacar a hq Reino do Amanhã como a mais marcante para mim; sem menosprezar os clássicos como o Retorno do Cavaleiro das Trevas e Watchmen.

3 – Então, observando suas motivações e influências quais os gêneros ou tipos de histórias você desejaria escrever para os futuros leitores de seus quadrinhos.

Contrariando a lógica de minha preferência pelo universo do Batman/Liga da Justiça como leitor; as histórias que gosto de escrever encontram-se dentro do gênero Aventura Fantástica. Gosto da atmosfera que mistura tecnologia com o medieval. Conan, Flash Gordon, He-man e os Mestres do Universo, Star Wars, Thundercats, Senhor dos Anéis e atualmente a série de televisão Game of Thrones são o que gosto de identificar minha linha criativa.

4 – Muito, bem você poderia falar um pouco sobre a forma de escrever roteiros e suas preferências, além de se possível for, me responder qual a sua posição quanto a abordagem de temas delicaso que por acaso você venha ou tenha escrito e que nem sempre são temas muito fáceis de serem abordados e aceitos pelo grande público leitor?

Não acredito em tema delicado a ser trabalhado, mas em falta de habilidade para trabalhar com um tema e contar uma boa história. Contar histórias é algo nato do ser humano. Desde os primórdios o saber e o conhecimento forma transmitidos de indivíduo para seu (s) semelhante (s) por meio de narrativas orais, ilustradas e escritas.
O cinema, o jornal, o Rádio, a TV e as HQ´s são meios; com linguagens específicas. O conhecimento da linguagem e seus sinais e códigos permitem uma maior fluidez na adaptação e contação de uma história.
O mercado editorial atual é segmentado, voc~e tem a liberdade de alcançar um público específico, sem o compromisso de agradar a todos. Há muitas coisas sendo produzidas, liberdade de produção e escolha. Se existe uma dificuldade hoje, é a de se destacar diante de tanta oferta.

5 – Você possui alguma pretensão de desenvolver uma estética própria em sua escrita que tenha como objetivo experimentar através de seus roteiros?

            Não pensei sobre isso. Acredito que um pouco do jornalismo acaba influenciando na escrita do roteiro.

6 – Essa pergunta é cabciosa, para não dizer sacana, mas necessito fazê-la, você se considera um roteirista de que tipo? Comercial que escreve para vender e divulgar o seu trabalho apenas, Independent que objetica escrever para um determinado público, desejando uma liberdade maior de criação ou ser Alternativo (Underground) que procura a experimentação e a liberdade de expressão, apenas, sendo que o público consumidor seria apenas uma consequência e não o objetivo principal?

            Por mais que ame a liberdade, tenho a convicção de que as histórias em quadrinhos são comerciais. E devem ser encaradas com profissionalismo. O exemplo de sucesso e modelo a ser seguido são os quadrinhos norte-americanos, sem dúvida. Os quadrinistas brasileiros deveriam pensar as narrativas gráficas além da arte e mais como um canal potencial de massificação de nossa cultura.  Sem ser nacionalista, mas encarando que nós sabemos muito pouco sobre raízes, e me incluo no bolo, e deveríamos usar as HQ´s como canal de divulgação e identidade de nosso país. Já pensou em contar a história do Brasil Colônia com um quê de Game of Thrones?
            Somos muito talentosos e criativos e podemos contar nossa história com o melhor da narrativa e linguagem gráfica que abosorvemos e tanto admiramos em nossos ídolos gringos. Precisamos falar nossas verdades. Não importa se será Comercial, Independente ou Alternativo.

7 – Muito bem, considerando que como quadrinista inserido em uma região do país, a nordestina em que temos a carência de tudo há décadas, qual a perspectiva atual do mercado de Hqs nessa região e especificamente, o quadrinho potiguar?

            Primeiramente, não existe Mercado Potiguar de Quadrinhos. Existe público potiguar leitor de quadrinhos; histórias em quadrinhos contemplam também as produzidas por autores locais. A carência em nossa região é em educação, o canal de contato com a cultura em geral. Se a criança não recebe em sua formação o estímulo à leitura, certamente apresentará deficiência no interesse por obter informação/conhecimento/entretenimento através da leitura.
            As histórias em quadrinhos potiguares como qualquer outra HQ produzida mundialmente, estão num mercado que requer amadurecimento em se reconhecer como um produto cultural.  A produção das revistas em quadrinhos deve ser planejada e executada como um negócio. Temáticas livres, sem obrigatoriedade de ser patriota ou nacionalista, mas com qualidade técnica e artística que se destaquem das demais publicações do gênero. Só assim, com uma maior qualidade, maior produção e maior alcance de leitores/consumidores, é que teremos volume suficiente para afirmar a existência de um Mercado Potiguar de Quadrinhos.

8 – Nessa perspectiva, gostaria de saber quais as hqs POTIGUARES que lhe despertaram alguma curiosidade e lhe surpreenderam em algum sentido nesse ou em outros anos?

Na verdade, conheço muito mais os autores que suas HQs. É uma característica do quadrinho autoral nacional. Posso citar quadrinistas que admiro, como: Márcio Coelho, Emanoel Amaral, Luiz Elso, Wanderline Freitas, Wendell Cavalcanti, Gabriel Andrade, entre outros mestres potiguares.

9 – Confesso que já fiz uma lista de roteiristas potiguares que gosto, mas serei sacana e restringirei a lista a três roteiristas que você considera nos últimos tempos que produziram histórias interessantes e se possível, fizesse um pequeno comentário sobre a opinião de cada um deles e suas obras?

            Posso destacar a Milena Azevedo, o Wagner Michael e Jamal Singh. Criatividade, qualidade da narrativa e talento em contar boas histórias.

10 – Não precisa dizer que se você esta sendo entrevistado por mim é por que já o considero uma promessa para o panteão dos roteiristas Potiguares e promessa de grandes histórias para o futuro, além disso espero muito de você, mas fora essa pressão psicológica, qual suas perspectivas de roteiros futuros e qual os outros gêneros de histórias gostaria de escrever?

            No momento estou afastado do universo dos quadrinhos. Tenho algumas anotações, rascunhos e um roteiro inacabado. Por enquanto, só reunindo referências escritas e visuais para dar continuidade aos projetos. Nada definitivo, assim que terminar meus estudos do mestrado, pretendo 

COMO ESCREVER QUADRINHOS UM LIVRO ESCRITO POR QUEM SABE

Gian Danton está lançando mais um livro sobre roteiro para HQ. Trata-se do volume “Como escrever quadrinhos” (editora Marca de Fantasia, 108 páginas, 25 reais).
O autor é roteirista desde 1989, quando publicou a história Floresta Negra na revista Calafrio, em parceria com Bené Nascimento (Joe Bennett). Desde então participou de diversos projetos entre eles a premiada graphic Manticore ou o álbum MSP+50.

Quando começou a escrever HQs, não havia nenhuma referência sobre o processo de produção de quadrinhos ou mesmo sobre a formatação do roteiro. “Com esse início tão pedregoso, sempre fui muito solícito com novos roteiristas que me procuravam com dúvidas”, explica o roteirista, no texto de abertura do volume. Essas orientações deram origem ao primeiro livro, O roteiro nas histórias em quadrinhos, lançado também pela Marca de Fantasia, em 2010. Entretanto, mesmo com o livro, as questões continuaram a chegar, o que levou à ideia de produzir um segundo volume.
Um acaso contribuiu também para a produção do segundo livro. Convidado para o evento Muiraquicon, em Belém, em 2012, foi-lhe pedido que preparasse duas palestras diferentes sobre roteiro. “A saída foi produzir uma palestra auto-biográfica, explicando como escrever quadrinhos a partir da minha própria trajetória. Os problemas que enfrentei e como os resolvi”, conta o roteirista. Assim, além das técnicas de roteiro, o livro se debruça sobre o processo criativo a partir da experiência do próprio autor.
Como escrever quadrinhos será vendido por 25 reais, mas está em promoção de pré-venda até o dia 14 de maio, ao preço de 18 reais, com frete já incluso (os livros serão enviados a partir do dia 15 de maio). O livro pode ser adquirido através do e-mailprofivancarlo@gmail.com


sábado, 2 de maio de 2015

ENTREVISTAS COM ROTEIRISTAS POTIGUARES DE HQS


EMENTA: O objetivo dessas entrevistas é ressaltar o modo próprio de ser da profissão e trabalho do roteirista/argumentista nas obras de Historias em quadrinhos do RN, procurando mostrar como e o por quê o roteirista faz suas escolhas em detrimento do desenvolvimento de uma historia ao invés de outras. Buscando com isso, responder para o grande público leitor de hqs o que os motiva ou faz optar por contar historias do que ser um mero reprodutor delas. Além de compreender suas reflexões, anseios e opiniões sobre os quadrinhos potiguares e suas especificidades.


Mini biográfia:

Desenha desde a infância e procura desenvolver seu traço há vários anos.  Por meio dessa busca desenvolveu  a técnica de desenho visual, sensitivo, assim como caricaturas, quadrinhos, charges e tirinhas. Também trabalha como tatuador. Além disso abriu sua mente para outras possibilidades artísticas como pintura, escultura, teatro e etc, que mantém como hobby. 




ENTREVISTA:

1 – Bem agradeço a disponibilidade de tempo, do ilustre roteirista para essa entrevista e já começo perguntando o que o levou a fazer roteiros sobre quadrinhos?

Eu é que agradeço pelo seu interesse nesse assunto. Fazer quadrinhos foi uma forma que encontrei de testar minhas aptidões artisticas, e criar experiência que servisse de dado sobre o mercado de quadrimhos no RN, e dessa forma ter uma visão sobre o rumo do quadrinhos Potiguar.

2 – Ok, então sabendo de suas motivações gostaria de aprofundar mais o conhecimento sobre as hqs que te influenciaram, despertando você para esse universo dos quadrinhos?

Sempre gostei da liberdade nos traços de Jin Lee, sem ele eu não teria me despertado pelo universo da Marvel, e dos quadrinhos em geral se não fosse por ele. Somados a isso os diversos artistas de mangás, que me mostraram que atitude é uma qualidade vendável nesse mercado, e que desenho estiloso é que põe a obra do artista nas bancas, o roteiro só será analisado depois da compra, e determinará o retorno do cliente. Essas nuances devem ser conhecidas pelos artistas.

3 – Então, observando suas motivações e influências quais os gêneros ou tipos de historias você desejaria escrever para os futuros leitores de seus quadrinhos.

O público de qualquer segmento comercial é extenso demais para ser generalisado, existem gostos diversos entre a população que consome quadrinhos, e é quase impossível agradar a todos. Eu não sou adepto de gêneros, nem tipos de quadrinhos, não me limito, apenas observo a cultura local, e dou para as pessoas aquilo que elas já possuem, só que sob minha ótica artística.

4 – Muito bem,  você poderia falar um pouco sobre a forma de escrever roteiros e suas preferências, além de se possível for, me responder qual a sua posição quanto a abordagem de temas delicados que por acaso você venha ou tenha escrito  e que nem sempre são temas muito faceis de serem abordados e aceitos pelo grande público leitor?

Só abordo temas atrelados a realidade social. Não há necessidade de escrever sobre temas que não tenham aceitação entre a sociedade, o roteirista precisa partir de uma análise social sobre o tema pretendido, buscar nas mídias informações pertinentes, e conhecer situações que sirvam como base explanatória. E focar o que o grade público quer, que é o que importa.

5 – Você possui alguma pretensão de desenvolver uma a estética própria em sua escrita que tenha como objetivo experimentar através de seus roteiros?

Sim. Agregar valores culturais e nacionais geralmente aceitos aos roteiros que faço.

 6 – Essa pergunta é cabciosa, para não dizer sacana, mas necessito fazê-la, você se considera um roteirista de que tipo? Comercial que escreve para vender e divulgar o seu trabalho apenas, Independente que objetiva escrever para um determinado público, desejando uma liberdade maior de criação ou ser Alternativo (underground) que procura a experimentação e a liberdade de expressão, apenas, sendo que o público consumidor seria apenas uma consequência e não o objetivo principal?

As três alternativas caracterizam um bom roteirista, pois todo o sucesso depende do quanto ele conhece seu público alvo. E , uma vez conhecendo o público alvo, é imprescindível atender suas exigências.

7 – Muito bem, considerando que como quadrinista inserido em uma região do país, a nordestina em que temos a carência de tudo há decadas, qual a perspectiva atual do mercado de Hqs nessa região e especificamente, o quadrinho potiguar?

Carência existe em qualquer setor econômico, Cabe a política potiguar criar perspectivas, através da lei de incentivo a cultura, para qualquer manifestação artistica em nossa cidade. Tal privilégio depende dos nossos impostos.

8 – Nessa perspectiva, gostaria de saber quais as hqs POTIGUARES que lhe despertaram alguma curiosidade e lhe surpreenderam em algum sentido nesse ou em outros anos?

Várias hqs do nosso estado são interessantes, mas prefiro não citar os nomes, pois a lista é imensa, temo que algum título fique de fora. E quero salientar o potencial do projeto primeira edição, que do meu ponto de vista deveria voltar com força total. Todos os artista que participaram estão de parabéns.

9 – Confesso que já fiz uma lista de roteiristas potiguares que gosto, mas serei sacana e restringirei a lista a três roteiristas que você considera nos últimos tempos que produziram historias interessantes e se possivel, fizesse um pequeno comentário sobre sua opinião a cada um deles e suas obras?

Não posso cometer essa garfe, todos os artistas do nosso Rio Grande do Norte estão entre os melhores do Brasil, e competem entre os melhores do mundo por reconhecimento no mercado, todos merecem sua porção de fãs.

10 – Não precisa dizer que se você esta sendo entrevistado por mim é por que já o considero uma promessa para o panteão dos roteiristas Potiguares e promessa de grandes historias para o futuro, além disso espero muito de você, mas  fora essa pressão psicológica qual suas perspectivas de roteiros futuros e qual os outros gêneros de historias gostaria de escrever?


Ícone culturais do nordeste, lendas do nordeste, adaptações de mitos populares, e contos que divulguem nosso estado Rio Grande do Norte. Se o roteiro for a nível nacional, recomendo uma boa releitura das nossas raízes, para trazer a tona nossos mitos, tradições, reforçando a cultura nacional.