O MÁGICO

Confira essa nova animação do diretor de Bicicletas de Belleville.

BALADA DO AMOR E ÓDIO

Confira nossa crítica sobre o mais novo filme do cineasta espanhol Álex de la Iglesia.

FRIDA KAHLO EM SEIS SENTIDOS

O projeto de extensão “cores” nos convida inicialmente a um espetáculo sobre a vida da artista plástica, mexicana, Frida Kahlo.

ARTEROTISMO - UM CONVITE

Gente! Ontem eu fui ao evento #OqueDjaboÉIsso, onde tive o prazer de assistir ao ótimo espetáculo "As cores avessas de Frida Kahlo"...

"A CULPA É DA SOCIEDADE"

A sociedade é culpada: Esse foi um entre outros discursos gritados nesses dias que sucederam a “tragédia do realengo”...

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Do soluço... que a vida insiste.


A vida pede socorro! Socorro da demasiada humanidade ou da carência dela. A cegueira coletiva deforma sanidades e paixões! Sim, uma intervenção se faz urgente, mas não das armas e da ordem intolerável. Resulta daquilo que escapa do caos primitivo tão presente nas cosmogonias. O caos transformador que traz harmonia e soberania popular. Harmonia é a arte que nasce da composição de elementos distintos, de um entendimento mutuo que não iguala a todos como peças de lego numa estrutura rígida e sem articulações, mas como partes de um quebra cabeças mutável que se reconstrói diferente a cada vez. Obriga-nos a perceber sempre cada coisa ao redor como sendo única e ainda parte de um organismo vivo completo. A lógica infundada do progresso, a ilusão da necessidade criada, o consumismo e a falta de comunicação infiltra nossos "tempos modernos" tempo demais e a estrutura da comunidade completamente fragilizada ameaça ruir. Eis a tragédia dos nossos tempos. As fronteiras são imaginárias mas as ameaças são concretas. E não ferem a dignidade de uma cultura, de um povo, de uma classe, fere a decência humana.
O nosso protesto se perdeu nas palavras de ordem, gaguejou na linguagem vital que pensa conceitos e une diferentes possibilidades de vidas num único objetivo, a criação coletiva. Porque do contrário teríamos nascido em capsulas isoladas flutuando pelo espaço. Nós somos a falha no sistema da Matrix e essa desordem evidencia a riqueza heterogenia capaz de exercer modos de vida diferentes e vir a ser outros e ainda se manter o mesmo. Mas, como dizia Miller, esperançoso e tão atual quanto nunca: "A raça deste planeta tem um longo período de agonia pela frente antes de emergir para a luz branca da aurora". A peleja do homem pela terra se renova pela manhã, pena que nem todos saem das cavernas para contemplar. Alguns, de olhos fechados, oram e esperam consolo dos deuses, os que se deixam atravessar se (re)encontram nas artes, no sublime da natureza; porém, outros desacreditados de si mesmos, desatinados, pedem que a polícia tome o poder, talvez por medo de se perderem completamente no vazio do absurdo que é a existência. Quando que a possibilidade de vida surge senão entre o vazio. O possível é a noção política que perfura e desafia verdades à criação com o mundo comum e humano. Pelos sorrisos, afetos, vontades, pela flor que nasce no asfalto, pelas sementes dispersas pelo vento, pelo fôlego, do soluço... A vida insiste.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

FRONTEIRA LIVRE PARA TODOS OS GOSTOS E MODOS, UM PROJETO FANTÁSTICO





Esta no Catarse um maravilhoso e fantástico projeto que tive a grande alegria de ver sua criação e desenvolvimento em comentários da grande roteirista Milena Azevedo. Este projeto esta lá aguardando sua ajuda e realmente pessoal, merece e muito, pois reune tanta gente boa e fantástica que realmente sera o melhor investimento de suas vidas, pode crer.  São historias que primam, como o próprio nome já carrega a intenção de não haver limites regionais ou culturais que impessam a criação e elaboração de uma Historia em Quadrinhos. Por isso, todos e de diversas tendências e nacionalidades são convidados a tecerem e narrarem as historias mais representativas que lhes convier, demonstrando com isso todas as suas tendências culturais e regionais, sem amarras ou limites, uma fronteira debastada para que no traço e na letra evidencie o que há de melhor nesse país. 




Esse projeto é o que há de mais inovador em termos de hq, pois respeitar as especificidades de cada região e formas de narrar suas historias mostrando um pouquino de nosso pais. Nesse horizonte, as possibilidades são imensas e nos convida prazeirosamente a contribuir para que tal obra se torne uma realidade, pois imaginem, teremos em cada página, em cada fala um pouquinho da amostra, do recorte de partes de nosso país. Para mim uma magnifica surpresa esse projeto que nos trás aquela noção nostalgica de que fazemos parte de uma holistica em que cultura, modos, linguagem, jeitos, folclore e etc, constituem um pais e dão identidade a uma nação.



Vale apena mostrar, igualmente, a grande infinidade de talentos que constituem essa obra e que sinceramente eu recomento a todos contribuir, olha só os nomes que estão envolvidos, Gian Danton, Ricardo Jaime, Rodrigo Brum, Milena Azevedo, Ana Luiza, Lielson Zeni entre tantos talentos que não caberia aqui relacionálos. Recomendo a todos esse maravilhoso projeto minha gente e por favor contribuam que vale realmente a pena. Sigue o link para maiores informações e se possível contribuições.


http://www.catarse.me/pt/fronteira_livre


sexta-feira, 10 de outubro de 2014

EXPO MERAKI




Os artistas Garibaldi Soares e Sandro Freitas lançam suas criações para o público natalense na Exposição Meraki, nome de origem grega cujo significado remete a toda atividade que se faz com amor, sangue e dedicação.

As obras selecionadas reúnem a produção do último ano como uma amostra do potencial já realizado pelos jovens criadores até o momento.

Para essa que será a primeira exposição dos jovens artistas, foram reunidas obras que trazem, nas técnicas de ilustração, pontilhismo, arte digital e pirografia, uma variedade de temas surreais e dadaístas.

Os pontos em comum na produção de Garibaldi e Sandro são perceptíveis devido à influência que a psicodelia, associada ao universo do rock, exerce na composição de suas obras.

No entanto, cada um deles possui seu próprio estilo.

Sandro, valendo-se de técnicas digitais contemporâneas, mescla temáticas que fundem o primitivismo com o futurismo, tendo por força motriz uma perspectiva estética e de mundo autoral e inspirada em filosofia e misticismo. A singularidade perceptível no conjunto de suas obras é a de que as imagens resultam de um processo criativo permeado por um pensamento conceitual, tendo em vista os estudos e o detalhismo usados para dar forma à sua poesia imagética visceral.

Garibaldi, por sua vez, desenvolve trabalhos que são associados ao artesanato devido às técnicas usadas, como por exemplo, a pirografia, e demonstra sua marca estilística unindo isso ao dadaísmo de suas criações abstratas, materializadas em ilustrações e customizações em diferentes materiais, tais como madeira, papel, vidro, metal e quase tudo que for desenhável.

A Expo Meraki será aberta dia 15 de outubro, às 19h na Pinacoteca Potiguar, e assim permanecerá durante um mês para visitação. Na ocasião, serão comercializadas obras originais e reproduções feitas especialmente para o evento. A curadoria ficará por conta de Lucas Fortunato e Alan Marinho.

Na exposição, os admiradores das artes terão uma ótima oportunidade de conhecer esses artistas da vanguarda potiguar.

Fan pages: Garibaldi e Sandro

terça-feira, 29 de julho de 2014

Resta ser sombra



As pessoas invadem sua vida como a luz curiosa que passa pela fresta da janela, se acomodando na escuridão do quarto. A escuridão, por sua vez, mesmo que se esforce não abre brecha na luz, invadindo um dia ensolarado. Ou você já viu uma "fresta de escuridão" vazar para um dia ensolarado? Aposto que não... 


luz invade pela fresta, traz consigo calor, reflexos invertidos nas paredes, um filme animado pelo mundo lá fora, movimento e vida. As pessoas invadem pelo contato, palavra, gestos e sorrisos. E de repente a fresta virou uma janela inteira. Escovas de dente, shorts de dormir, camisa extra, garrafa de vinho, algumas bitucas de cigarros, cheiros, sabores, presença. A luz ganha espaço rapidamente diante da fragilidade dessa escuridão. Do outro. Aquece a cama fria, enrubesce a face pálida. Em janelas e portas abertas a luz entra quando e como quer. Quando chega a noite, tornam-se uma só essência em comunhão. Amanhecendo, as luzes são intensas, inconstantes e passageiras. Não permanecem no mesmo lugar após a noite, não brotam da frieza do quarto. 
O ciclo se repete, entra luz pela fresta, invade a escuridão no cômodo, escancara-se janelas e portas, comungam na noite, tornam a distanciar-se quando o dia amanhece. Esse instante perpétuo dos encontros é ausência. No qual, a escuridão é quando a luz vai embora. Ela permanece, espera, se abre, mas não consegue sair à multiplicidade da luz, nem manter a luz acesa consigo, nem eternizar a noite. Seria cruel. Resta ser sombra. Entre um obstáculo e outro conviver com ela. Enxergar nela o arco-íris, dançar ao vento, ser forma sem fôrma. 
   

quarta-feira, 9 de julho de 2014

ELEIÇÕES: A VERDADEIRA ESCOLHA VAI COMEÇAR AGORA VAMOS NOS PREOCUPAR DE VERDADE!

     


 Esse não é o pais SÓ do futebol, mas vamos parar de mediocridade, existem outras coisas para nos orgulhar e devemos respeitar o adversário. A Alemanha é superior a nós, talvez a seleção mais competente da copa. Cabe, agora, olharmos para frente e continuar. Não deixamos de ser mais ou menos brasileiros por que a seleção perdeu "feio" nessa copa, mas conseguimos apesar dos pesares a fazê-la ser uma copa decente e mostrarmos que somos competentes como nação. Nada de criticas ou exageros, simplesmente há uma competição se se perde 1 ou de 10 perde-se e pronto, acabou, foi-se. Agora, temos problemas mais sérios do que esse passatempo. 

     
Não assisti a copa, muito menos na época não concordei com ela. Penso que não necessitávamos dela, mas como houve que a façamos da melhor forma possível. Nesse momento, temos muitas outras coisas com que nos preocupar, devemos refletir a margem do sentimentalismo, pessoas que falavam favoravelmente da seleção agora fala mau. Até mesmo aqueles que demonstravam indiferença a copa começam a falar mau e fazer piada da seleção, isso nada mais é do que hipocrisia algo muito parecido com o que encontramos na política desse país. São os hipocritas políticos que tomam como base o aspecto negativo de uma administração e vomitam palavras negativas sobre elas, algo muito semelhante ao que fazem com a seleção agora. Me pergunto se ao invés disso observasse o lado positivo e lutasse para melhorar o que esta ruim já teríamos avançado mais. O problema é o SENTIMENTALISMO, somo crianças mimadas que não aprende com os erros. Ficamos berrando e fazendo manhã por que ACHAMOS que estamos certos e o resto é errado. Somos de uma ingenuidade fantástica, política não se faz assim em nem com discursos e teorias, por que na prática a coisa é bem diferente.

       Foi o que o partido da ética observou no jogo politico brasileiro onde o jogo limpo e claro é uma utopia e para concretizar seus plano observou que teria de percorrer o caminho obscuro e complicado da POLITICAGEM para conseguir os avanços sociais necessários. Isso os levou a pagar caro pela ousadia e tiveram de se sujar na lama politica que toma esse país. Arranjaram adversários na mídia, nas classes de senhores das senzalas, nos filhinhos mimados do STATUS QUO. Afinal, lugar de pobre é no lixão, sem escolaridade, educação, saúde, trabalho e dignidade. 

     
      Pagaram caro pela ousadia de repartir o bolo, os arautos do colonialismo, os cavaleiros do recalque preferem continuar usufruindo de suas fortunas do que ajudar a pobre a viver um pouco melhor e nisso consiste todo conflito e sentimentos que vimos e constatamos no nosso dia a dia. Perdemos o Jogo, mas batalhas maiores estão por vir e a hipocrisia e a ignorância de quem é pobre e acha que quem ganhar vai fazer melhor do que o atual governo é imensamente ingenuo. Simplesmente por que os atuais candidatos propostos para a dita MUDANÇA são os piores que já se viu nas últimas décadas e não espere nenhuma melhoria . Para mim quem vota tem uma responsabilidade imensa com o país e uma seleção ganhando ou perdendo um jogo é apenas um jogo, enquanto o voto errado mutila e provoca sofrimentos bem maiores e duradouros que ninguém se responsabiliza por elas. Somos covardes, miúdos como seres humanos e sempre agimos como criancinhas mimadas achando que haverá héroi para nos salvar. Aprendam tolinhos até os americanos inventores dos super héroi aprenderam que se a população não fizer nada não há nenhum héroi que o fará. Depende de nós estamos sozinhos nessa e temos de nos preparar para as próxima lutas que serão sem sobra de duvida mais definitivas e importante.

     Considerando o que vem pela frente penso que devemos nos concentrar agora para fazer as escolhas melhores possível para o nosso melhor.


Agradecido a todos.

R.M.J

terça-feira, 10 de junho de 2014

Dizem... um balanço.

Méret Oppenheim and Man Ray | Paris, 1933
Dizem que a paixão dura pouco, no máximo 2 anos. Que o amor é exatamente a persistência diante da confusão de sensações que é se apaixonar. 
Dizem que a mulher é, por natureza, cautelosa na paixão e muito entregue ao amor. Que o homem, ao contrário, se apaixona rápido mas reluta a reconhecer que está amando. 
Dizem muitas coisas sobre amor, paixão e frases da Clarice Lispector. 
Enquanto é dito tudo isso
Assistimos seriados de TV, no computador, comendo comida congelada misturada ao feijão caseiro da mamãe. 
Dizem que o importante é balancear. 
(TV e computador/ Paixão e amor/ Comida congelada e feijão caseiro)
Dizem que não importa o quanto você borrife os perfumes mais caros no corpo alheio. Não se chega ao aroma doce e aconchegante de ameixas do corpo dela.
Dizem que sinais em relevo são lesões da pele que podem virar um câncer. Que são como estrelas no céu do corpo. 
Dizem que infinito não é "o que não tem fim", ou sinônimo de para sempre. Que infinito é exatamente o que não se mede com o tempo. 
Não dizem o que é o tempo.
Digo... 
Que o cheiro de ameixa da pele dela, seria equivalente ao toque suave nos sinais em relevo da pele dele.
Dizem... Há um balanço.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

UMA MENTE ADORMECIDA EM UM MUNDO EM DECLÍNIO : TEMPESTADE MENTAL A ODISSEYA DO INCONCIENTE





Muitas novelas gráficas possuem a pretensão de se tornar profunda e filosófica ocasionando, geralmente, o contrário, ou seja, se torna uma leitura chata e sem graça. Nesse sentido, o próximo lançamento da Kótica, a aventura SFI paranormal "Tempestade Mental: Gênese" Ilustrada por Rodrigo Xavier e Roteirizada por Renato Medeiros aparece despretensiosamente como uma historia que mistura o universo onírico e ficcional, a princípio, contudo é apenas impressão, já que podemos constatar que a historia começa direta e sem rodeios e isso se torna claro quando lemos as primeiras páginas da Hq. Logo de inicio somos apresentados a Mateus, um paciente em estado de coma que possui poderes paranormais. Estando hospitalizado na ala dos acidentados do Hospital Clovis Sarinho em Natal onde se passa a trama.   Mesmo em coma, a mente danificada de Mateus segue agindo e modificando tanto o clima como a realidade, fazendo com que uma tempestade sem precedentes na America latina se aproxime da costa natalense trazendo terríveis acontecimentos. Na realidade a mente de Mateus é um receptáculo de poderes ancestrais que pode ser perigoso para todos. Servindo a propositos não muito claros Cásio um (caça cabeças) e P.C. um hacker  gênio na computação são os únicos capazes de deter a ameaça que se encontra dentro da mente de
Casio, chamado "Estranho". De modo geral a trama assim se apresenta.

 Outro ponto interessante é a arte interna bem elaborada e estilosa, feita por Rodrigo Xavier que ilustra belamente as passagens tanto reais quanto do subconsciente de Mateus que dá a distorção das formas um tratamento diferenciado da narrativa convencional. Aliás a condução da narrativa que vai de um quadro a outro é mostrada através de ganchos narrativos que pode ser observado quando um personagem menciona a palavra cabana e aparece no quadro seguinte, realmente a cabana, introduzindo os outros dois personagens que estão no plano real, abdicando assim dos recordatórios e procurando fazer a passagem do plano mental para o plano real de forma mais maleável e rápida. A utilização do claro e escuro, para contar uma historia de ficção/suspense/terror é outra decisão acertada, pois ao mesmo tempo que nos leva a passear pela zona de contraste entre pontos claros e pontos escuros, como os que encontramos em passagens marcantes da historia, podemos notar que o uso do preto e do branco serve para realçar a narrativa e contornos sombrios dos personagens como também para inserir profundidade a personalidade aos mesmos, o que tornou a historia mais densa e bastante estilosa, dando a ela um clima noir como os encontrados nos filmes de detetive da década de 40. 

A historia é outro atrativo a parte, o Roteirista Renato Medeiros, parte do pressuposto de que "se" realmente nossa mente pudesse modificar a realidade e comandar a natureza, mesmo que não estivéssemos conscientes disso, a mente se tornaria uma arma perigosa não só para o seu hospedeiro como para o mundo externo. A partir dessa premissa Renato constrói uma narrativa enxuta e direta sobre as conseqüências de alguém ter tamanho poder. Obviamente ninguém nem mesmo ele pode prever os resultados que podem advir de alguém que encontra-se doente tanto fisicamente quanto mentalmente. Por outro lado, observando o plano físico podemos encontrar outros dois personagens na historia que estão conscientes do perigo de tal poder e que objetivam fazer de tudo para pará-lo.   Assim Podemos notar por meio de diálogos rápidos e inteligentes que se desenvolve  em todo o roteiro, o nítido objetivo de dá essa agilidade ao texto, buscando retratar os diálogos de forma direta e econômica. Contudo, nos parece por justamente transpirar um clima de "Brainstorm" em que representa uma tempestade de idéias como há no jargão do marketing, as 32 páginas apesar de dá cabo do recado parece restringir o scopo do alcance das ideias que podem ser muitas na curta historia e que nos dá um gostinho de que pode vir coisa boa por ai. De fato, o seu fim (que não entregarei) nos parece lançar essa "esperança" de continuação e que se tiver, que seja bem vinda.

Por isso recomendo a todos comparecerem a esse maravilhoso lançamento no dia 16 de Maio de 2014 às 19 hs na Livraria Nobel na Av. Salgado Filho, 1742. A revista custa apena R$ 10,00 reais.

quarta-feira, 26 de março de 2014

Biografias e filosofia uma analise da literatura grafica (+playlist)

segunda-feira, 10 de março de 2014

Idade Rock n' Roll

Minha mãe se salta com um comentário capcioso enquanto vemos os jornais e suas estatísticas sobre a violência numa quarta feita de cinzas.
Ela diz:
- Eita, domingo tu faz 27 anos, quase 30...
- É... eu respondo. E ela continua.
- Na tua idade eu já tinha tu e teu irmão...
- Essa informação não me ajuda muito, mãe. Pensei alto.
Ela continuou a falar sobre o que os adultos aos 27 anos "quase 30" fazem, tem ou não, devem ou não devem mais ser (família, filhos, carro, casa própria e de veraneio, poupança, plano de saúde, dentes naturais, visitas frequentes ao cardiologista...).
Enquanto isso, contabilizo gatos, livros, filmes, romances infecundos, XP acumulado e a cobiçada liberdade que conquistamos; também apelidada carinhosamente por mim de abandono.
Só conseguia pensar em quantos ídolos meus morreram com a mesma idade. E tendo certeza que minha sábia mãe nem ao menos conseguiria pronunciar todos aqueles nomes. Robert Johnson, Janis Joplin, Jimi Hendrix, Jim Morrison, Kurt Cobain, Amy winehouse.
Sinto saudades do meu pai... queria que ele pudesse me ver adulta. Queria poder ver um velho roqueiro envelhecer e saber sua opinião sobre como a vida deveria ser (mesmo também não dando muito ouvidos). Mas como diz o ditado os bons morrem jovens!! Esses 27 anos "quase 30" dedico ao meu pai.
Da sua filha rock n' roll.

Ps.: Por mais clichê que pareça lembro de Clarice em Um Sopro de Vida. E peço permissão para citá-la, dizendo: "Quando criança eu rodava, rodava e rodava em torno de mim mesma até ficar tonta e cair. Cair não era bom mas a tonteira era deliciosa. Ficar tonta era o meu vício. Adulta eu rodo mas quando fico tonta aproveito de seus poucos instantes para voar." 

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

ROTEIRO EM FOCO: A DESCONHECIDA PRODUÇÃO DE UMA PROFISSÃO

Muitas comics consagradas já foram escritas e grandes nomes dos roteiros elevaram essa arte aos píncaros da arte. Grandes artistas das letras como Alan Moore, Nail Gaiman, Warren Ellis, Garth Ennis, Grant Morrison e muitos outros transformaram os quadrinhos em uma expressão artística que influência outras mídias e mostra que o caminho de se contar uma boa historia passa necessariamente pela criatividade da imaginação humana com uma mistura de sua verve literária e experiência subjetiva.  Desse modo, muito desses roteiristas foram responsáveis por criar um tipo de quadrinhos chamado de "adulto" que pressuponha ter surgido a partir da década de 80 com o Monstro do Pantano do Inglês Alan Moore. Isso levou os roteiristas, a inovadora na forma de se contar e abordar historias no mundo das comics sejam elas de super horeis ou de outra forma qualquer, de modo adulto e depois se concentrando em outros tipos de historias que fugissem a essa temática. Mas essa transição não se deu de maneira aparente e clara, pois no inicio, os roteiros nas comics primavam por um tom inocente e despretensioso no começo de sua gênese, os roteiristas procuravam mesmo era apenas "descrever" uma historia, que se possuía um tom moral, era muito superficial. Os personagens eram fantásticos com poderes descomunais e conseguiam fazer feitos sem precedentes. Mesmo àqueles que não os tinham, necessitavam de um ambiente fantástico e ficcional capaz de atrair publico para suas historias, e é precisamente nesse sentido que gostaria de me deter.


Imaginem só como é difícil para um roteirista de quadrinhos partir do princípio de que o seu personagem é comum, finito e destituído de qualquer poder ou forma de interferir na historia nos moldes "assombrosos" que podemos encontrar nos heróis como Superman, Thor, Capitão America, Flash, Homem Aranha, Mulher Maravilha e etc. Imagine se ele não tem ferramentas tecnológicas ou dinheiro para comprar e mesmo, fabricar algum mecanismo que o faça se sobressair aos meros mortais. Ele só tem para atrair o leitor o seu universo e suas atitudes "Humanas". De fato, isso parecia exigir desses "mágicos" dos roteiros uma imaginação plástica que os fizessem se desdobrar nas mais mirabolantes elaborações de historia que fossem capazes de atrair o publico para esse universo, já que não tinha o aspecto "super" nas suas historias. Desse modo, suas historias tinham de ser realmente envolventes e atrair pela trama, que em sua maioria buscavam acrescentar o fantástico e explorar o inusitado, o diferente, explorando outros mundos e outras formas de narrativa dentro das hqs. Esses "heróis" são justamente por sua mortalidade que se diferenciam de seus privilegiados super heróis, até mesmo a queles que são considerados normais, se diferenciam dos pobres mortais seja pela inteligência, seja pela forma atlética que beira a perfeição, é a personificação do herói grego belo e bom elevado a decima potência.

 Realmente, para que o roteirista consiga se diferenciar e atrair a atenção do publico para esses personagens tão humanos seria necessário criar todo o tipo de mecanismos imaginativos e utilizar todo o poder e informação colhidas no mundo real para poder criar suas historias que essas informações viessem da ciência, da literatura, ou de outra forma qualquer. Observe que temos muitos exemplos que apoiavam essa ideia, como por exemplo, Flash Gordon, Tarzan, Dick Trace, As Inimigo, Sargento Rock, John Constantine, Magico Vento, Dilan Dog, e muitos outros que pautaram suas aventuras tendo como ponto de partida o mundo real e seu repertorio de informações. Existem ainda, aqueles personagem que mesmo possuindo poderes e aparatos mágicos, por possuirem muito de suas historias algo de fantástico e por não se enquadrarem necessariamente como "super herois" exigiram por parte de seus criadores uma incrivel capacidade de formulação e sintese de seus pressupostos que os transformaram em personagens tão marcantes quanto os existentes no universo super heroico, um bom caso desses é Sandman de Neil Gaiman.

No entanto, isso é apenas uma amostra do poder de criação dos roteiristas que  vinham paulatinamente começando a descobrir que os limites das historias em quadrinhos eram bem mais elásticos do que supunham já que contar historias a partir de seres humanos normais que se envolvem com fenômenos ou situações que vão além de suas possibilidades e que lhes testam tanto o corpo como a mente se fazia necessário o uso de outros estratagemas que não aqueles encontrados nos quadrinhos comuns. Desse modo, o roteirista de HQ começou a vislumbrar a possibilidade, nas margens da industria das comics, de se puder resgatar aquelas historias surgidas nas decadas de 20, 30 e 40 em que humanos e seus conflitos poderiam se destacar e atrair novamente a atenção dos homens, mas para isso seria necessário abordar os temas de outra forma sem recorrer àquilo que já era utilizado por tanto tempo nas comics, a saber, as hqs desses personagens deveriam, ou melhor, exigiam a maturidade, a busca por sua liberdade criativa e a liberação em alguma medida dos comics code.


Nesse sentido, o objetivo com essa explanação é chamar a atenção e mostrar como é difícil e trabalhoso se produzir um roteiro que tenha a pretenção de dizer mais do que apenas descrever e relatar uma historia. Um roteirista de verdade procura sempre expor problemas e conflitos existente nos personagens que muitas vezes refletem pensamentos e emoções que espelham os sentimentos do leitor. O roteiro de quadrinho também é capaz de ensinar de passar considerações importantes e refletir sobre a vida e condição humanas. O autor assim como o leitor de quadrinhos não estão isolados na leitura assim como a ilustração é capaz de transmitir algo de mágico a essa relação textual que aparentemente, em um rápido vislumbre não notamos. Por essas características e outras é que desejamos discutir em quatro artigos abordados aqui como se  se iniciou essa fase considerada "Adulta" das hqs nos roteiros e como isso foi se construindo a partir da utilização desses personagens tão humanos e sem o glamour que existe no mundo dos heróis coloridos. Mais adiante falaremos de alguns roteiristas, não muito conhecidos, mas que são tão interessantes quanto os que conhecemos, buscaremos, então, suas historias e criações procurando sempre mostrar os aspectos fortes e surpreendentes de seus roteiros.



Muito agradecido


R.M.J

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Ninfomaníaca: uma possível trilogia. (part 1)



Há várias formas de começar um texto. Começarei este pelos números que envolveram os últimos acontecimentos até o fenômeno que lotou as salas de cinema cult nesse mês, o filme "Ninfomaníaca". Farei esse texto dividido em duas partes. A primeira, esta que você lê agora, prima pela experiencia do filme em si, de vê-lo pela metade... sem ironias. Mas também diante da repercussão que ele teve nas mídias e as reações que acompanhei pós sessão de cinema. Essa primeira parte, será como uma reflexão quantitativa, que acaba por levantar hipóteses que justifiquem a aparente tediosa parte 1 do filme Ninfomaníaca até (quem sabe) chegarmos ao "ponto G", um orgasmo, ou não. 

De 2000 a 2013 o diretor dinamarquês Lars Von Trier dirigiu pelo menos 6 longa metragens de ficção tendo mulheres e seus transtornos como protagonistas. Desses, 3 parecem ter uma ligação "intuitiva", pelo menos. A suposta trilogia de Trier começa com Anticristo (2009), dividido em 4 capítulos (luto, dor, desespero e os três mendigos), mais um prólogo e um epílogo. Charlotte Gainsbourg encorpora a angustiada mãe em luto e seus estágios à caminho do caos. Em 2011, o filme Melancolia se apresentou na forma de um drama apocalíptico composto de prólogo e 2 capítulos (Justine e Claire ou respectivamente, melancolia e luto),  trazendo Kirsten Dunst na pele da noiva trágica, Justine. E mais uma vez Charlotte Gainsbourg, dessa vez no papel de sua irmã. Finalmente 2013 e o tão esperado Ninfomaníaca, com suas mais de 4 horas, foi dividido em 2 partes principais, sendo a primeira reconfigurada em 8 capítulos, que contam a trajetória (infancia e juventude) por uma ninfomaníaca protagonizada, já adulta, por ninguém menos que a própria, Charlotte Gainsbourg. Antes disso, Trier ficaria famoso com Dogville (2003) e Manderlay (2005) que compartilhavam da mesma estética cenográfica, única na história do cinema. Ainda antes um pouco ganhou reconhecimento pelo drama/musical estrelado pela cantora Bjork (2000). Todos esses, seguindo o padrão de capítulos e tendo mulheres em papel principal. 
O cinema de Lars von Trier é arquitetado com muita erudição e domínio pleno da arte cinematográfica. As referências filosóficas, literárias e culturais de seus filmes não nos deixam mentir. Imbuído de deboche, sarcasmo, um certo niilismo moral e uma poética trágica, o cineasta busca algum sentido pra essa coisa toda, que é estar vivo. Deixando o pudor de lado para expor a animalidade humana na sua forma mais didática. Tendo na fragilidade da figura feminina o portal para o abismo que nos rodeia. 

Onde estou querendo chegar com essa ladainha "retrospectiva" toda? Talvez, apenas suscitar uma questão aos pouco avisados ou totalmente desavisados. O que é Ninfomaníaca no jogo do bicho e o que justifica tanto alarde? Um filme erótico? Pornô? 
O fato é que esse filme faz parte de um trabalho grande, que vem evoluindo com  a linguagem do cinema e a mente doentia do polêmico/ gênio cineasta Lars Von Trier. 
Reconheço que cada filme é uma obra em si, e não é necessário fazer um curso de cinema dinamarquês para que exista fruição diante do filme. Por isso vocês podem desconsiderar tudo o que eu digo. Como diria Benjamin, "convencer é infecundo". Mas, confesso que uma obra "pela metade", como é o caso de Ninfomaníaca - parte 1, e sua forma bela e inteligente de abordar sexo, dor e a vida como um todo, merece ainda mais uma justificativa para existir, em nós. E seu passado, realmente o condena. 

Em seus anos de produção, trouxe uma divulgação escandalosa e o óbvio esteriótipo de uma mero filme de "putaria". E é ai que alguns se enganam e se decepcionam ou se sensibilizam. Alguns dizem que para ver Ninfomaníaca é necessário se despir de moral e preconceitos. Eu digo o contrário. Se não pudermos vestir todas as carapuças moralistas durante o filme, não terá valido de nada a experiência. O filme é sensação ou a falta dela, do começo ao não fim. Não defenderei aqui o filme como bom ou ruim, apenas uma experiencia.

Depois de ver Ninfomaníaca, vem sempre aquele mutismo. Um quase aceno de concordância com a cabeça. E a busca pela palavra que descreve esse cinema. E eis que lendo de Fernando Pessoa vem a palavra: Desassossego. 

"Não tomando nada a sério, nem considerando que nos fosse dada, por certa, outra realidade que não as nossas sensações, nelas nos abrigamos, e a elas exploramos como a grandes países desconhecidos. E, se nos empregamos assiduamente, não só na contemplação estética mas também na expressão dos seus modos e resultados, é que a prosa ou o verso que escrevemos, destituídos de vontade de querer convencer o alheio entendimento ou mover a alheia vontade, é apenas como o falar alto de quem lê, feito para dar plena objetividade ao prazer subjetivo da leitura." (Livro do Desassossego - Fernando Pessoa)



sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Porque "eu te amo" é muito mainstream





Ela manda SMS: Um desabafo solitário de quem não tem alguém "presente" para confessar um desejo simples. A mensagem diz:

"Vontade de fumar um cigarro;"
Sem esperar resposta, larga o telefone de lado, dá play no poema do velho safado, acende um incenso e deita na rede. Algum tempo depois o telefone toca. Ela levanta e atende sonolenta. A cobrar... Desliga e retorna.
- Tô levando seu cigarro...
Nem escuta mais nada. Breve, desliga e pensa sorrindo. Isso é uma boa forma de dizer "eu te amo". 

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

TURMA DA TRIBO: UMA HQ QUE ENCANTA E ACALENTA A ALMA DO LEITOR



É um fato inegável que os quadrinhos brasileiros que possuam temáticas totalmente voltadas para a nossa cultura e "jeito" de ver o mundo é escassa, e quando existe pouco divulgada. Imagina saber que existe quadrinhos feitos aqui que são de ótima qualidade e muitas das vezes melhores do que os quadrinhos encontrados no mercado atual. Nesse sentido é com grata surpresa que li recentemente uma hq do grande Gian Dantons  (Pseudônimo de Ivan Carlos  Andrade de Oliveira) e do talentoso Ilustrador Ricardo Manhães chamada Turma da Tribo. Essa hq me fez sentir imensa satisfação com sua leitura, pois me fez lembrar com sua narrativa que mistura  humor e critica de forma inteligente que podemos produzir historias em quadrinhos sem necessariamente apelar para o senso comum. O impresso me surpreendeu em dois sentidos específicos, a saber, primeiro mostrou a grande maturidade com que os autores (quando falo de autores me refiro ao ilustrador e ao roteirista) produziu e conduziu a narrativa gráfica. As apresentações dos personagens dá-se logo no inicio, mas sem perder o foco da historia, cada um vai se apresentando conforme sua entrada se faz necessária. A historia é enxuta e direta, não perde tempo com solilóquios ou mera retórica busca a exatidão por que a mesma tem um tema a explorar que é a denuncia do desmatamento e do conflito entre civilização de um lado, e a resistência da cultura indígena de outro lado. Também podemos encontrar outra analise válida nas entrelinhas da historia em quadrinhos que é a denuncia do desmatamento em prol da riqueza ilícita e irresponsável em que sempre esta associada a violência. Entretanto, o roteiro trata dos temas de forma bem humorada e leve, mas isso não quer dizer que não leva à sério os conflitos que envolve os dois lados. O segundo sentido é a responsabilidade e cuidado em produzir uma narrativa que foque, justamente naquilo que os personagens propõe a denunciar um determinado conflito de maneira lúdica e divertida sem se preocupar com o humor panfletário que se instaurou em algumas mídias. Nesse sentido, Gian Danton e Ricardo Manhães estão de parabéns.

    O roteirista Gian Danton sabe bem disso, pois toda a historia denuncia o descaso das autoridades com a questão indígena e a sua cegueira para a guerra que acontece entre extratores de madeira ilegal e índios.  A escolha da narrativa bem humorada ao mesmo tempo delicada veio mostrar que o roteirista Gian Danton, domina como ninguém a arte do roteiro ( considerado um dos maiores roteiristas do Pais em atividade); o texto dele mostra que temas delicados em nosso país pode ser explorado de maneira prazerosa e lúdica, mas sem perder o tom critico e analítico das situações em conflito. Já o grande Ilustrador Ricardo Manhães me surpreendeu positivamente na medida em que me fez lembrar o grande Uderzo ilustrador do Asterix, com seu traço estiloso e competente consegue nos trazer a leveza e seriedade do tema escapando de qualquer estereotipo que possamos encontrar em mãos menos competentes. Sua arte consegue nos alegrar e passar todo o sentimento de humor que a historia se propõe, por isso dou os meus parabéns ao Ricardo Manhães, gratíssima surpresa.


Claro que essa competência dos autores nos leva a simpatizarmos logo de cara com os s personagens da turma da Tribo, que são aliás uma outra atração à parte. Cada um deles possui  uma personalidade e características próprias. Por exemplo temos o chefe da tribo, o Abaeté que é um homem honrado e de palavra, temos o Baquara o menino mais criativo da tribo, e o pequeno Poti  herói da tribo e a sua igualmente pequena Jaciara, existe ainda Toró que é o personagem adulto e que também é o índio mais forte da tribo e amigo de poti e assim por diante. Até mesmo os vilões da historia são cativantes e engraçados como por exemplo o inescrupuloso madeireiro doutor "Malino", e seus rapazes   Desse modo,  Gian Danton vai apresentando tantos outros personagens da tribo cativantes e fantásticos que se perderia um dia inteiro falando deles. Nesse sentido, posteriormente, a medida em que avançamos na historia notamos que cada personagem possui uma habilidade característica que se encaixa perfeitamente com as habilidades dos demais e que só funciona quando utilizada juntamente com os outros personagens. Desse modo, encontramos através da leitura da turma da tribo a mensagem de que só podemos enfrentar determinada situações em união e fraternidade algo muito em desuso hoje em dia diante de tanto individualismo e egoísmo extremo em que o homem civilizado (?) vive.
Toda a historia como é de se esperar passa no ambiente da selva fechada, onde os personagens da Tribo vivem em comunhão com a natureza. A historia se inicia como um dia qualquer na rotina dos habitantes da tribo, isso até ser abalada por um estranho acontecimento, descobre-se uma clareira no meio da selva e que madeireiros inescrupulosos estão derrubando arvores de forma indiscriminada próxima da aldeia, não é preciso muita imaginação para se adivinhar que os índios da Tribo vão lutar para fazê-los parar. E nesse clima de comedia vai-se desenrolar o conflito e as aventuras dessa agradável e maravilhosa historia em quadrinhos provando mais uma vez que a competência dos autores conseguem transformar e maravilhar qualquer leitor, seja adulto (pois eu já sou adulto há muito tempo) como crianças, os temas são tratados de maneira lúdica e serena e é recomendável a leitores de todas as idades.


Por fim, termino recomendando essa hq, que já em seu primeiro número nos faz esperar pelo próximo e mostra a força da produção nacional despontando cada vez mais forte e penso que sua vida será longeva, dado a competência e a historia divertida do primeiro número. Valeu aos autores Gian Danton e ao Ricardo Manhães por essa maravilhosa publicação. Parabéns a todos os que participaram dessa edição;



Grato pela leitura e na espera de mais uma edição da Turma da Tribo


Renato Medeiros 

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Me diga quem tu lês e eu te escrevo por linhas tortas





A impossibilidade de dominar a sensatez diante do absurdo ao qual o homem nasce inserido, fez dele um exímio fazedor de afogamentos espaço/temporais (o que alguns podem chamar de criação). A arte parece ser a fissura pela qual se arrasta a vida, a fim de forçar a passagem, rasga-se a pele, deixa-se em carne viva e se produz violentamente "algo" novo (o quê ainda não se sabe, e ainda estar por vir). Um olhar.?

Pausa para o delírio... Ao relacionar sinestesicamente escrita à cores, surge imagens mentais suscitadas pelas mãos de um espectador emancipado: As imagens mentais de Vitor Hugo em seus Random Shots é performance escrita. (Ins)piração!!!



As palavras ganham novos sentidos e os disparos atemporais viajam incertos e desmedidos, em direções aleatórias. Nos encontram certeiramente, desestabilizando friamente cada frágil certeza que poderíamos ter tido algum dia. Cada palavra é descuidada e (des)proposital, o que traz aos textos-performance uma autoralidade inconfundível, engatilhadas na ficção. No devaneio, na loucura. 
Um tédio caótico, alguns filósofos, uns copos, uns corpos, uma mente barulhenta. Vida. Um blog como válvula de escape. O fenômeno dos textos de internet cresce assustadoramente, assim como os fotoartistas e os críticos, que aqui vos fala... todos são escritores, poetas visionários, disparadores de circunstância, enquadradores de moral, reprodutores passivos. Mas só os loucos não temem disparar aleatoriamente aos falsos pudores, regras da abnt e gramáticas do segundo grau. Assim como na arte, na academia, nos corpos nus e nos copos de conhaque.
Sem noção, sem cultura, sem lei, sem ordem, sem mais, nem menos, expressa com precisão nas poucas linhas imaginárias da pauta virtual que estamos diante do absurdo. Cômico e melancólico, ao mesmo tempo, não me pergunte como. 
Um performer da escrita, encena e finaliza seu ato sem que ao menos as luzes tenham sido acesas e as cortinas abertas. Ele dispara palavras com sabor amargo (das angustias mais profundas), destila o mais puro e doce veneno, contorce os sentidos, transfigura verdades, inventa associações entre ímpares, desenvolve sentimentos inexplorados, obscenos e invariavelmente destemidos: ama e odeia com a mesma força. Desconforta, abusa, envolve. A palavra nos "randomshots" é ilógica; disposta em contextos cotidianos ela perverte a coerência, deforma versos, ricocheteia poesia. Numa simplicidade friamente sensível, Vitor Hugo te come o rabo e te beija a testa. Tudo ao mesmo tempo. Não me pergunte como. 
Goze.



link do blog: Random Shots

sábado, 25 de janeiro de 2014

Hibiscus



Que saudades profundas do vermelho vivo das flores no quintal da casa de vovô.
Onde brincava... usando calangos como bonecas e retalhos apanhados no quarto de costuras de vovó para vesti-los decentemente. Que saudade dos "alguens" que eu não me tornei e de tantos outros que ensaiei tanto "ser" nas brincadeiras, para errar-na-hora-certa. Que saudade dos meus irmãos, dos meus amigos, meus primos, dos meus pais, dos meus avós, e principalmente da pilha de mamonas que vovô deixava secar ao sol, no terreno da casa vizinha. E serviam de munição nas batalhas mais fantásticas. Sinto uma saudade estranha de quando as pessoas estavam do meu lado não porque precisavam ou porque precisava delas, mas porque estar lá era o lugar delas. Simples assim. Sinto saudades do meu pai me dirigindo nas fotografias e da decepção que era ver a meia dúzia de retratos revelados do filme de 24 poses. Se tenho saudades pra oferecer... foi porque as cultivei debaixo daquele pé-de-hibiscos, inventando histórias com calangos. Tai, só não sinto saudades de inventar histórias, essa saudade eu não tenho. Talvez porque tal "mania" nunca me abandonou. Nunca. Hoje, todas as noites antes de dormir, tomo uma caneca das flores vermelhas que vovô tinha no quintal (não as mesmas flores, o pé já não existe mais, assim como meu avô, meu pai, as viagens pro interior e a pureza nos meus olhos). Imagino como seria minha vida se soubesse naquela época que aquelas flores poderiam servir pra fazer chá (na garrafa de chá sobre a mesa sempre tinha cidreira). Quando criança tinha a certeza que flores só serviam pra enfeitar, e ponto! Igrejas que eram assustadoras por causa dos bonecos de olhos pesarosos e caixões para os mortos que passavam rumo ao cemitério em procissão (saudades de ter certeza). Ah, as flores serviam também pra enfeitar os cabelos das moças bronzeadas nos comerciais da kolynos. Mesmo achando muito estranho as flores nunca caírem, eu admirava.
E sinto saudades. Não sei explicar bem, mas aceito que isso deve ser vida de gente grande: Um monte de flores secas num saquinho pendurado por um barbante, boiando numa caneca grande de água fervente.

sábado, 11 de janeiro de 2014

O ATÉ LOGO, DO PAI DOS QUADRINHOS E DA ARTE....SENTIREMOS SAUDADES DE TI, SENHOR MOACY CIRNE.


Hoje me sinto um pouco mais órfão do que o normal; perdemos o mestre e sábio  Moacy Cirne, um dos maiores pesquisadores e simbolo da luta pelo reconhecimento das HISTORIAS EM QUADRINHOS como arte no Brasil. Sua perda, me trouxe a reflexão sobre a existência e do por que nos sentirmos tão desanparados perante o adeus, sem tempo de volta daqueles a quem amamos e admiramos. Nos últimos tempos tive tantas perdas pessoais que venho me sentindo tragicamente só, apesar de minha família e amigos sempre estarem próximos de mim e de me alegrarem muito; pois eu os amo. Contudo, cada perda sempre evoca uma reflexão particular minha do fantasma da ausência e de nossa limitada existência nesse mundo e de nosso sempre presente  sentimento de saudade. Essa reflexão me levou a crer que o ser humano não passa de um diminuto hiato de existência em um espaço tão vasto de possibilidades que sua brevidade nada deveria significar para as leis físicas. Entretanto, sabemos que existimos, ou melhor, intuímos isso. E desse modo passo, a cada perda, a me perguntar por que continuamos a vivenciar incessantemente esse ciclo, e nos pegamos a questionar qual o motivo dessa lógica absurda que é a vida. 

Os existencialistas observam que a existência precede a essência, isto é, que para pormos nossa marca do
mundo como indivíduos necessariamente devemos existir para, em seguida, nos constituirmos como pessoas e seres existenciais. Penso que isso explicaria alguma coisa sobre o por que somos obrigados a existir e nos constituirmos como seres, acredito que isso é uma possível resposta como tantas outras que procuram entender essa grande quimera. Mas não é ela toda. Por mais que se raciocine sobre o assunto continuamos apenas amontoando as perguntas enquanto as respostas continuam a ser incompletas. A morte ou o morrer nos trás aquele medo de que, por um momento parece absurdo continuar, e pensamos que não vale mais a pena seguir adiante. Estamos sós nesse vácuo deixado, e a primeira vista não há nenhuma forma de preenche-lo, por que essa lacuna é impreenchível. Se seguirmos esse pensamento,como deveríamos reagir diante de afirmativas que dizem de ninguém ser insubstituível. Experimente dizer isso para um filho que perdeu os pais, ou para um irmão que perdeu os seus, ou mais ainda, para alguém que você admira e respeita e saber que ela era, e é tão única que por mais que procurasse por todo o universo nunca acharia alguém igual, mas talvez, apenas, parecido a ela.

Assim, penso que a morte, nesses momentos solitários em que sinto sua presença com mais enfase, não é algo negativo e nem positivo...simplesmente, é a forma natural das coisas acontecerem. De fato, observando a natureza constatei que as arvores morrem e que os pássaros, tigres, elefantes, rios e montanhas também possuem seu fim. A morte sempre é interpretada como um fim em si mesma. Onde as pessoas que não acreditam em deidades ou um deus buscam nessa afirmação a sua explicação para esse suposto fim. Já os religiosos a ligam não a um fim, mas a um novo começo em outra vida que, por sua vez, esta vinculada a uma ética subjetiva que condicionara sua vida eterna ou sua danação e aniquilação. 

Entretanto, o que tenho observado, experimentando na carne, esse processo do viver é que nossa existência assemelha-se a uma vela, com uma chama tênue que balança ao sabor do vento, uma ora para lá outra para cá e que sabe que mais cedo ou mais tarde, devido ao vento ou simplesmente ter chegado ao fim a vela, se findará. O senhor Moacy Cirne certamente poderia me dizer aqui, e até me chamar a atenção, que no cinema temos um exemplo disso que estou escrevendo; e de fato temos! Em Blade Runner perto do final o Replicante Roy Batty, interpretado pelo ator Rutger Hauer, faz uma observação sobre a brevidade da vida e concluiu que a vida deve ser tida como o bem mais importante da existência ou sagrado (se é que posso utilizar essa palavra aqui) que poderíamos ter. Por que mesmo sendo caçado e o seu algoz esta a ponto de perder a sua vida, ele o salva. Não o sauvou por que era humano por fazer aquilo, mas por que era uma vida que iria se perder....como uma lagrima perdida em uma chuva, um hiato na existência, um raio passageiro aniquilado no tempo.

Me pergunto por que ele tinha feito aquilo, essa pergunta fiz quando assisti Blade Runner pela decima quarta vez...e a resposta só veio anos após, depois de ter me formado e ter me sentado para pensar sobre o assunto. Deus sabia que eu ia precisar amadurecer isso para poder encarar o futuro, e foi esse conhecimento em saber que somos uma fagulha perdida na existência que me sustentou durante os momentos de tempestade. Me lembro, hoje que isso foi assunto de um trabalho que fiz para o professor Ramos Coelho na época que ministrou a disciplina Estética filosófica e que ficou impressionado com o trabalho que fiz. Ora, aquele trabalho, me recordo, era na realidade uma grande reflexão daquele meu fatídico encontro indireto com a morte. Naquele momento havia perdido familiares e isso era uma experiência que até então eu não tinha tido. Contudo, hoje me vejo novamente passando por esse encontro indireto, através de alguém tão familiar e admirado como o senhor Moacy Cirne e novamente sou convocado a refletir sobre isso. O resultado final a que cheguei, após toda essa reflexão, como filosofo, pesquisador sobre o assunto, quadrinista e ser humano fadado a existência, É de que levando em consideração a natureza, a religião somos obrigados como seres humanos a seguir postulados parecidos com os da física clássica, a saber, ninguém morre, apenas nos transformamos em alguma outra coisa melhor na existência. E pelo menos isso, para mim,  me trás algum conforto.



Desse modo, me sinto honrado e feliz, não pela morte desse fantástico homem que amou a literatura, poesia, cinema e quadrinhos. Pois nesse sentido, me sinto triste e de luto. Contudo, minha felicidade parte do princípio de saber que o seu legado como pesquisador de cinema, poesia e, principalmente, quadrinhos, continua vivo entre nós e através de seus alunos e quadrinistas. Desse modo, em certo sentido ele vive e esta presente em cada quadrinho produzido no RN e no Brasil. Esse sentimento, também pode ser estendido para o momento em que o conheci e me provocou a sensação de que, a experiência dos anos o melhoraram sumamente de tal forma que aprendi e muito nos encontros que tive com ele. Percebi, através de mister Cirne que a experiência nos qualifica a ter uma opinião solida e feliz, além de mostrar que a vida não deve ser encarada como um fardo, mas como uma alegre canção que deve ser escutada e vivida.

 Para o senhor Moacy Cirne todas as artes, e isso incluía as historias em quadrinhos, eram arte em todo o sentido. Não havia nenhuma separação em sua cabeça dessas artes. Para ele, todas eram irmãs e cúmplices, que se interligavam, ora em um momento, ora em outra. Me tornei seu admirador, e assumimos em determinada medida que somos seus admiradores, sua partida nos deixa tristes, contudo deve ser encarada como aquele pai que em um momento ou outro deve deixar o seu filho seguir em diante enquanto fica a pajear de longe seus rebentos. Estamos, trabalhando, criando, aprendendo e errando, ficando alegres e tristes, mas sumamente, mister Cirne, estamos vivendo a vida, buscando a alegria de criar, imaginar, distender a realidade em prol da fantasia. Estamos seguindo os seus passos e em pisadas largas e firmes. Penso que de agora em diante, a maior parte das obras, na realidade todas elas de uma forma ou de outra é uma homenagem não velada ou velada mesmo, a sua pessoa. Sua presença, no mundo dos quadrinhos, estará sempre viva e a cada lançamento de quadrinhos dos autores Brasileiros e do RN a sua lembrança estará presente. Continuamos trabalhando, mestre Cirne e o senhor, do lugar onde esta, deve esta muito feliz. Até mais mestre, nós do quadrinho continuamos a caminhar e a sonhar.

Assim, no âmbito de minhas atribuições, com o coração em luto me despeço dando um breve; até logo ao mestre e sábio. Esperando quem sabe, algum dia, onde sua pessoa esteja, possamos nos encontrar e bater aquele papo alegre sobre os quadrinhos do Tico tico, cinema, poesia e quem sabe falar do Fluminense, lembrando sempre que sou flamenguista....ah! mas como ele diria, estamos em casa!



Agradecido a todos, por este mui humilde servo


Renato de Medeiros Jota

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

A PROFISSÃO MAIS INGRATA E SEM UTILIDADE DO MUNDO....ROTEIRISTA.


Estou na metade do roteiro do meu texto que ilustrarei para a narrativa gráfica LOVENOMICON e, hoje, me pego refletindo como a profissão do escritor, seja ele de novela, cinema e roteirista de Quadrinhos ou comics é ingrata e inglória. Ela só deve significar alguma coisa para quem, à muito custo, nesta última mídia citada anteriormente, pavimentou a sua carreira com um trabalho árduo e consistente. Nomes como Mark Waid, Alan Moore, Chris Claremont, Neil Gaiman, Brian Azzarello e muitos outros, conseguiram fixar o seu nome no imaginário e coração dos leitores (ou melhor, visualizadores de signos que não necessariamente sejam textos, mas belas imagens de mulheres e homens apolíneos em situações que exigem do ilustrador mostrar seu now hall, repertorio mesmo como ilustrador), chamam, sem duvida nenhuma, a atenção de um leitor do que o próprio texto. Senti a diferença inacreditável de tratamento a muitos amigos criadores de texto, quando perante leitores e midia televisivas ou impressas, seja on line ou em papel mesmo. 

Meus amigos de traço podem até discordar, mas pessoal, isso é verdade, pois experimenta deixar de desenhar uma hq para dizer apenas que o texto é seu. Você começará com certeza a ficar em segundo plano na maior moral; alguns que sabem desenhar, para ter um pouco mais de atenção chegam a dizer " olha eu fiz o roteiro, mas também sei desenhar" isso é ridículo, é uma pobreza de espirito dos leitores e pessoal envolvido nessa produção que me deixam deprimido e triste.É como se o roteirista de uma comic fosse o eterno segundo membro, o co adjuvante da historia, pois ela poderia ser contada simplesmente sem seu auxilio. O pior é que tem muito desenhista que se acha um grande roteirista e nem percebe que para fazer um texto competente e profundo (isso se ele se preocupa e tem tempo para ler alguma coisa, pois se não faz um estudo antecipado do assunto e procura também desenvolver a verve de roteirista, pois a maioria, mesmo que não admita, acha que basta desenhar  qualquer porcaria mesmo, que o povo é besta e analfabeto mesmo consome...e tristemente, isso é verdade) o negocio é ver figurinhas e pronto acabou. 

Uma pena, pois narrativa gráfica não é só visual, e as pessoas esquecem que desenhar ou ilustrar foi algo
que veio juntamente com as BELAS LETRAS. Será que as pessoas não encaram fazer uma ilustração como uma forma de escrever, fazer uma grafia. Ora, ambas as profissões de roteirista e ilustrador possuem a mesma raiz que é o simbolo gráfico, a LETRA bem desenhada e estilisticamente bem construída semanticamente possui uma graça e valoriza qualquer desenho. Pode apostar que isso é uma verdade. Experimenta ler um poema do Antônio Bandeira, Ler um Livro do Machado de Assis, Proust, Sartre e etc.  Nesse sentido, observando a valorização de um bom texto, recentemente adquiri Asilo Arkhan da Panini ( ilstração do David Mackean e roteiro de Grant Morrison) e a primeira coisa que me veio foi como era difícil graficamente ler o que estava ali, e olha que as ilustrações era do David Mackean. Foi uma experiência horrível, pois me senti traído pela escolha pouco acertada do diagramador que deveria ser um leitor das figurinhas, por que deixou o texto daquela edição toda recortada por muitas escolhas errôneas que o letrista teve na ocasião e que prejudicou o entendimento do texto. Por outro lado, o tratamento da Abril, na época  em que foi lançada de longe é a melhor diagramação que poderíamos encontrar para aquele clássico.

O que procuro mostrar aqui é que isso não é um problema único e exclusivamente do Brasil, mas do mundo todo. Estamos passando por um declínio cultural sem precedentes a nível mundial, e as HQs estão no olho desse furacão, será que vamos fazer como todo mundo e seguirmos a onda como os demais ou vamos buscar outros caminhos que não esses que vem se mostrando no Horizonte. Pois aqui as pessoas realmente não leem nada, nem bula de remédio. E se leem o fazem erradamente, por que não refletem e tem a profunda e simples preguiça de pensar....isso é cultural nosso, pois a justificativa para isso é que a pessoa esta cheia de problemas do dia a dia e só reflete no final de semana, pessoas que se acham inteligentes me isso e nem se tocam do absurdo que é essa afirmativa. O pior que querem apenas se divertir descompromissadamente com a leitura ou assistindo a um filme. Ora, mas a todo o tempo nós fazemos escolhas e refletimos, não tem como não o fazê-lo, até mesmo a escolha por assistir um filme ou ler um quadrinho sem se preocupar com o conteúdo já é uma escolha. Desse modo, é uma verdadeira mentira implantada em nossa cultura dizer que temos um tempo em que não devemos pensar ou refletir sobre esse ou aquele assunto. Isso foi plantado desde sempre na sociedade...vamos reflitam sobre isso. Qual filme ou revista pseudo descompromissada e feita só para passar o tempo; se fizermos uma reflexão apurada o que não esta a todo o momento passando informações que parecem bobas, mas que não o são. O problema é que pensar doi, ler e refletir sobre o que se lê doi, assistir filmes cabeça doi. Doi, não é por que são complicados, mas por que é um tapa na cara de nossa ignorância e nos humilha por que achamos que sabemos de tudo e mostra que somos mesmo um lixo, um poço de ignorância que tem "PREGUIÇA" atroz para pensar. O que esta escondido na justificativa do divertir-se pelo divertir-se é a preguiças mesmo e não o ócio criativo que nos fazemos e nos divertimos ao mesmo tempo que aprendemos algo sem nos estressar ou emburrecer no percurso. 

 Contudo o casamento perfeito de ilustração e roteiro pode nos proporcionar experiências magnificas que nunca vamos esquecer.  Se considerarmos a enormidade de hqs fora essas excessões o que observamos é que a função do roteirista de quadrinho, aliás como todo aquele que trabalha com o lado das letras, é a função do funcionário invisível que traça e imprime magicamente uma historia, pois não é esforço algum fazer uma, ela aparece magicamente na cabeça dele e basta só imprimir no papel sua historia. Enquanto o ilustrador, é o grande moldador que faz do nada o tudo e é a grande estrela do pedaço. Infelizmente, enquanto isso não mudar, temo pela extinção desses camaradas daqui a uns anos, e então, vamos voltar a pintar as fachadas da caverna e voltar a habitá-las, se já não o fazemos isso. Imagina sair com um sol horrível desse, com o efeito estufa, raios UVA e UVC só dá para sair a noite e olha lá. Minha reflexão para por enquanto por aqui, mas quem sabe faça outras......se ainda estiver vivo até lá.



Graças a todos pela Leitura

R.M.J