quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

O ARTIFÍCIO DE SUBJETIVAR ARTE




Quando aprecio arte, seja ela, cinema, pintura, música, teatro, literatura, as processo no meu intimo, e as transformo em emoção, não as consigo descrever friamente, qualidade que admiro em alguns amigos... Não consigo abstrair meus sentimentos, meu estado de espírito, tudo se mistura em mim como aromas numa perfumaria. Arte para mim não pode ser apenas descrições estéticas, é uma confluência de percepções.

Vejo um filme e não o consigo contar como uma sinopse, torno-me parte daquela história e aquela história torna-se minha. Então é a minha visão subjetiva que conto sempre, o que pode tornar o filme mais atraente e interessante ou não. Depende do grau de loucura que você aprecia.

A mesma coisa com um livro, as vezes na literatura, a forma como foi escrito também me faz mais próxima ou não da obra. Linguajar difícil, palavras que só o dicionário conhece, me deixa out, não me intima, nem conquista. Se tem uma trama envolvente e uma linguagem natural, corriqueira e espontânea, me conquista nas primeiras linhas, gosto de pensar e me sentir amiga de infância do autor e das personagens. Sentir-me a vontade. Não gosto de venerar escritor num pedestal de palavreado erudito, mas sim pela emoção que me causa.

Com música sinto um aconchego muito íntimo, intrínseco a meu cotidiano, aliada a música sinto uma influência do estado de coisas, e dos meus processos hormonais, acho que ovular me faz ouvir mais samba... Minha vida tem trilha sonora, preciso de música pra tudo, até aprecio a música esteticamente falando, mas me parece algo mais próximo de mim, talvez porque conheça algumas notas no violão e cante uma série de músicas. Coisa que não consigo, ainda, com o cinema e nem com literatura. Digo isso porque nunca escrevi um conto, romance, nem fiz um filme. Talvez um dia, quem sabe! Eu sei que cantar uma música, não nos torna artistas, num é isso, mas poder reproduzir mesmo que parcialmente essa arte, nos faz sentir mais a arte em nós.

Nem sei por que to falando essas coisas, tava no ônibus e me deu essa viagem, tive que escrever. Acho que porque tento fazer resenha de coisas que vi e achei legal, percebi que minha visão das coisas só importa pra mim. uma reflexão desnecessária, deixa quieto... 


"Ler um livro é importante para você não estar aqui nem agora. Para você não ser você por um tempo. E, quando você voltar ao aqui e ao agora, a você mesmo, voltará com os olhos muito mais aguçados." (Beatriz Bracher)


"Depois do silêncio, aquilo que mais aproximadamente exprime o inexprimível é a música." (Aldous Huxley)


"Num filme o que importa não é a realidade, mas o que dela possa extrair a imaginação." (Charlie Chaplin)

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