sábado, 23 de julho de 2011

EU, ELA E MINHA ALMA





Sophie Barthes, francesa iniciante em longas metragens concebe Cold Souls [2009], produção americana, estrelado por Paul Giamatti, que curiosamente interpreta a si mesmo na história. O filme, Almas à venda (título no Brasil) ou Eu, ela e minha alma (título que mais gosto), começa com a mensagem "A alma fica em uma pequena glândula localizada no meio do cérebro". [René Descartes - As paixões da alma, 1649].

Sophie aproveita bem o ensejo e inicia o filme com diálogos que mantem a reflexão sobre o problema mente e corpo tão batido e rebatido não só na filosofia, mas em diversas áreas do conhecimento e também nas religiões. Parece que para o homem tornar-se mesmo senhor sobre todas as coisas, antes deve ter controle sobre algo que não alcança, a alma. 

A diretora faz uma sátira a essa necessidade humana em querer dominar a alma sob o corpo, através da razão. Como diz o Dr. Flinstein, vivido por David Straithairn para convencer Paul a extrair sua alma, o comercio de almas “É o progresso. O triunfo da mente”.

Paul ao extrair sua alma, sente-se imediatamente leve e vazio, o que ele classifica como “ótimo”. Até não ser mais reconhecido por sua esposa nem em seu trabalho como ator na peça Tio Vânia de Tchekhov, papel no qual sentia-se angustiado e consumido pelo personagem, motivo esse que leva ele decidir colocar sua alma em um depósito. Paul arrepende-se logo em seguida e quer sua alma de volta, mas descobre que ela foi roubada por traficantes russos... Em sua jornada em busca de sua alma, ele desperta a amizade de Nina, que o leva a descobertas muito maiores sobre a essência humana e a sua própria.

Eu, ela e minha alma, encanta por sua miscelânea: temática Sci Fi, com ritmo e fotografia de Cult europeu, e ainda atuações dignas de hollywood. No mais com influencia de filmes como Eu quero ser John Malkovich e O Brilho eterno de uma mente sem lembrança merece muitos créditos, por suas sacadas filosóficas e boas cenas. Eu recomendo!

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