Ontem, foi a chance do público natalense de
menor poder aquisitivo (lisos) ver um ótimo espetáculo no Teatro Riachuelo. Claro
foi minha chance também. Fui sem saber quase nada sobre o que seria
apresentado. Sabia apenas o nome da peça: Fragmentos do desejo, que à
minha primeira impressão parecia algo bem brega e dramático, digno dos filmes
do Almodóvar (adoro o Almodóvar!).
Mas enfim, o que me interessa aqui é compartilhar
a minhas impressões com essa peça. Abrindo um parenteses (me disseram que não havia lugares
ruins para sentar dentro do teatro, eu fiquei com o "menos bom" então, o
que me impediu de ver com detalhes todo o espetáculo, precisaria de um binóculo).
Quando as luzes se apagam totalmente e me vi num
breu de “meter dedo no olho”, senti o clima da trama e a técnica dos artistas
no palco, onde uma caixa retangular e multiuso era praticamente o único cenário.
A peça gira em torno de uma relação
incestuosa entre pai e filho, que tem a governanta (tão multiuso quando a
caixa- cenário) como cúmplice e um cego apaixonado por uma voz desconhecida que
ecoa de um cabaré. Flashbacks, uma
sonorização hipnotizante que mais parece um álbum do PinkFloyd e atuações
veladas de movimentos precisos, marcam a obra audiovisual da Cia Dos à Deux.
O filho se descobre homossexual e procura a
aceitação do pai, em um silencio absoluto eles jogam uma partida de xadrez que
nunca chega ao fim, como um dialogo de ações. Paralelamente, um romance confuso se se desenvolve, o que
nos estimula mais a cada cena.
Detalhe, indentifique várias partilhas diferentes... Mas esse asutno não cabe nesse post.
Quem tiver oportunidade de ver esse espetáculo, veja. É incrível.
Xêrus!