quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

A historia dos quadrinhos adultos - Parte 3










Bem chegamos até aqui falando sobre como foi criado e trabalhado uma linha de heróis que não possuíam como atrativo de suas historias, poderes. Chamei a estes personagens de "humanos simplesmente". Resumidamente, podemos dizer que personagens desse tipo surgiram a princípio, timidamente, e salvo algumas excessões, apareciam apenas como puro intreterimento para um público de leitores diverso. Todavia, suas temáticas tinham um atrativo diferente, pois não resumiam seu conteúdo em poderes fantásticos, mas na trama, que envolvia motivos psicológicos e morais sobre seus diverosos temas. Em algumas historias estes personagens tinham que se defrontar com problemas reais do dia a dia. A perda de um parente próximo, a fama, depressão, a mentira e etc. O avanço destes temas forçou a industria de Hq, de super heróis, a abordar estes temas igualmente em seu personagens. A Marvel particularmente, que surgia como editora na época, foi uma das primeiras a observar esta mudança de foco. E passou a abordar temas parecidos em seus personagens como Homem aranha, namor, quarteto fantástico e Vingadores entre outros. Isso foi o inicio para se começar a tratar destes temas, exclusivos até então daqueles heróis "mais humanos" nos super heróis convencionais. Editoras como a DC que centralizava seus temas na relevância dos poderes dos heróis, via a Marvel surgir como uma forte concorrente através desta nova abordagem e passou a procurar abordar temas parecido com os de sua concorrente, temas estes que eram exigidos pelo novo tipo de leitor e pelo mercado emergente.




Esta nova abertura de temática originou Grandes Brechas no mercado editorial tanto americano quanto mundial que buscavam neste nicho, cada vez mais crescente de leitores das tiras de Jornais, entre eles crianças e adolescente, a possibilidade da criação de Revistas que abordavam exclusivamente os personagens criados nos jornais e que tinham um público já cativo. Foi através desta nova sacada que surgiram editoras como a Detective Comics e a Marvel, as duas maiores editoras de super heróis até hoje. Sem dúvida, apartir do surgimento de Editoras especializadas no assunto que as Comic passaram a ser independentes dos Jornais. Passando com isso a se tornar uma nova mídia emergente, coisa que até então era inimaginável. Estávamos então nos anos 40, 50 e 60 em pleno apogeu dos quadrinhos heróicos as chamadas eras de ouro, prata e bronze. Dava-se esta nomenclatura devido ser o grau de apogeu dos comic.




Entretanto com o passar do tempo, os leitores passaram a procurar historias que fossem mais adultas e que os levassem a se identificar com elas. Estas historias, todavia eram muito poucas e os personagens em sua maioria era apenas sombras para os chamados super heróis com incríveis poderes. A pesar de existir nos super heróis uma temática mais adulta, ainda assim havia a relevância a seus super poderes. Alguns leitores não conseguiam se encaixar neste universo heróico. Faltava alguma coisa que os fizesse se identificar com os heróis das Comics talvez por que não existiam conflitos internos como os que existem em qualquer ser humano normal que os trouxesse mais próximos de seus leitores. E que os mostrassem envolvidos em assuntos humanos como vício, família, namorada, casamento ou qualquer coisa deste género. Os super heróis pareciam alienarem-se destes problemas. Talvez seja por isso que o desencanto e a crescente falta de conflitos humanos nas historias de super heróis que levaram a criação de selos ligado a historias "humanas simplesmente" de heróis com pouco ou nenhum poder. Podemos dizer portanto, que os super heróis pareciam fazer parte de um mundo que não era o nosso. Eles simplesmente não moravam no mesmo lugar que os humanos.




Por conseguinte isso iria continuar na década seguinte. Mesmo com a abertura de editoras como a Marvel e a DC que elevou as HQ a se transformar em outra mídia de entreterimento e abriu algum espaço para heróis como Questão, Monstro do Pântano, Sargento Rock e As Inimigo e etc. Os super heróis continuaram a reinar absolutos, principalmente no mercado americano .




Podemos finalizar dizendo que, era uma conseqüência natural o surgimento de editoras e comics que tivessem como meta produzir e criar um ambiente propicio ao desenvolvimento desta nova mídia que havia se originado nas tiras dominicais dos jornais. Mas a excessiva centralidade no tema heroístico começou a desmotivar alguns leitores que tinham uma exigência mais profunda por temas mais ligados ao humano. Esta exigência possibilitou a abertura de um novo nicho de comics que viria abordar estes temas adultos tão reivindicado pelos leitores. Surgia então revistas especializadas em uma temática mais adulta, que envolvia mistério, historias com teor sobrenatural e que traziam a tona um sentimento perturbador que sempre perseguiu a humanidade, o medo. Passou-se a chamar esta nova derivação de quadrinhos de HQ de TERROR. Um meio adulto de se contar historias e suprir justamente esta lacuna que faltava. Aliás esta será o próximo tópico de nossa análise sobre as Hq adultas. Até a próxima!!

Comentários
2 Comentários

2 comentários:

interessante esta análise sobre as histórias em quadrinhos. Nunca percebi sobre este ponto de vista o surgimento das comics. O autor da matéria, inteligentemente, observou algo que a gente não vê com frequência relacionado as HQ o aspecto empresarial e seu respectivo desenvolvimento como uma arte. Agradeço a matéria por esclarece este aspecto.

o autor parece simplesmente análisar o mercado de HQ pelo ângulo americano sem incluir em sua análise o mercado Europeu. Espero que nas próximas matérias o autor explore este assunto em questão. Tirando isso a matéria esta muito boa.

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