terça-feira, 27 de dezembro de 2016

FLIQ 2016 O EVENTO QUE MUDOU OS QUADRINHOS POTIGUARES





Passado o sexto  Fliq - Feira de Livros e Quadrinhos realizado no Estado do RN, podemos fazer algumas considerações sobre o evento. Primeiro ponto em termos monetários foi fraco em relação ao ano anterior. Outra coisa a ressaltar foi algumas falhas que dificultaram no meu modo de ver a divulgação do evento através da comunicação de sua realização e tudo o mais e que não chamou tanto a população para comparecer ao evento.  As falhas que houve, imagino sempre ocorrem em eventos como esse e que penso melhorará com certeza em eventos futuros. Tais falhas me parece se centralizaram na má divulgação do próprio evento que foi no meu modo de pensar feito em cima da hora e em poucos meios de comunicação ou quase nenhum, só faltando uns poucos dias. Reparem bem, eventos de cultura são raros e o pessoal de Natal por terem pouco ou nada de eventos desse tipo já nem esperam que os mesmos aconteçam dado o histórico de "descaso" dos governos com a cultura. Sei que o FLIQ já é o sexto e parece meio que consolidado no calendário assim como a CIENTEC, mas a situação econômica do país e o desdém e descaso que a mídia ( em meu modo de ver isso) tratam eventos culturais em Natal/RN que não tenham um político envolvido é um caso sério, só contribui para tornar o evento mais distante da população de modo em geral. 

Desejo destacar também no FLIQ a falta de alguém que trabalhasse na coordenação que respondesse
por divulgar a mesa de bate papo de autor e eventos dos Estandes sejam eles de quadrinhos ou de livros, para mim foi complicado saber quando seria,  já que eles é que são as principais estrelas do evento, pessoal vamos atentar para isso ok? Outra coisa para chamar atenção do pessoal responsável pelo evento é a distribuição dos artistas pelo corredor da cidade da criança chamado de artistas Alley pessoal tudo bem terem botado o pessoal junto próximo ao lago, mas existia ali uma sala climatizada ao lado  com dois ar condicionados que "torrava" o pessoal por jogar o calor do ar nos próprios artistas e que espantavam os possíveis fregueses. O lugar apesar de mais confortável e com uma boa vista tinha esse problema que recomendo repensarem no próximo ano (espero que ainda tenha já que há tanto corte de gasto e a cultura sempre é a primeira a entrar na faca, principalmente  para o povo). Outra sugestão é a distribuição das mesas e cadeiras que achei poucas e o revezamento ficou estranho, pois a todo o momento se tinha artista tendo que tirar rapidamente o material para que outro pudesse "montar" material e vender o que ficou bastante estranho e atrapalhado, vamos atentar para isso no próximo evento que o pessoal foi uma das atrações desse ano além dos quadrinistas é claro. O ponto positivo de muitos é que houve para mim uma evolução na forma como foi distribuída as mesas nos artistas Alley que ficou melhor tirando é claro, o problema com o tempo das mesas para cada pessoa. Além dos espaços das editoras que ficou mais bem distribuído e que permitia o melhor transito dos leitores pelas prateleiras. Os estandes também estavam muito bem montados e dispostos o que dava para se observar de longe. O evento em geral foi bacana, mesmo sentindo a ausência das escolas no local, conseguiu mostrar que o Fliq se torna um evento cada vez melhor e deve ser um ponto de encontro para aqueles que adoram a cultura de modo em geral.


Agora posso falar do lado positivo que são muitos a meu modo de ver. Primeiramente, apesar de pouco movimentado, senti falta das Escolas no local, e isso foi estranho, os lançamentos, palestras e as conversas com poetas, literatos e cordelistas foi fantástico. O Estandes nem se fala muito sortido e sempre bem servido de material interessante que só abrilhantou o evento. Estandes como dos Jovens  Escribas, do Erivan, Livraria Câmara Cascudo e Sebos foram destaque, sempre movimentados e com palestras. Outros Estandes como dos cordelistas e poetas do RN sempre com eventos de recitais e contos de história abrilhantaram e tornaram os quatro dias magníficos e lindos. Os quadrinistas foi outro destaque sempre alegres e dispostos com material farto (como era impressionante ver tanto veteranos do Traço como o Ivan Cabral, Márcio Coelho, Luiz Elson, Gilvan Lira, Carlos Alberto (Galego), Marcos Garcia e outros junto com jovens e promissores talentos como Leandro Moura, Cristal, Rodrigo Xavier, Gabriel, Jú, Analu e tantos outros foi um sopro de alento e uma promessa de futuro. Aliás tem de se destacar o clima animado que reinou em todo evento no corredor dos artistas Alley era impressionante o material e a vontade de mostrar como os quadrinhos pode ser uma midia tão promissora que vem se destacando ano a ano no Fliq. Imagino que nesse sexto Fliq o material e os lançamentos foram maiores do que os dos anos anteriores e me parece que virá muito mais pela disposição dos participantes.


É importante ressaltar o que já estava ficando evidente a cada ano, esse evento se torna melhor
em termos de publicações e lançamentos. Tendo inclusive, a característica principal de fazer algo que há muito tempo não era possível, a saber, definitivamente reuniu e possibilitou a troca de experiência não só do Cordelistas, Poetas e Literatos como dos Quadrinistas Potiguares. Muito discussão sobre como se poderia melhorar o que já estava ótimo foi possível de se constatar nas rodas de conversas dos autores, além de promover a interação entre público e autor, contribuiu o evento por surgir novos coletivos como o caso do "Tinta Negra" formado por Marcio Coelho ( finalmente nos mostrou material inédito que escondia hehehe), Gilvan Lira ( O virtuose), Ivan Cabral ( A lenda da Charge) e o magnifico Williandi. Mostrou igualmente que podemos sim ter uma produção independente, no caso dos quadrinhos, com temas inteligentes e diversificados. Os temas das hqs tinham para todos os gostos indo do cômico ao da ficção cientifica. Tendo lançamento de charges e webtirinhas como os da tiraninha,

 Devemos também ressaltar pontos positivos como a realização por si mesma de uma feira como essa já é uma vitória sem tamanho no meio de tanta aridez cultural que existe na capital potiguar. Como é impressionante ver tantos autores potiguares escrevendo e outros produzindo quadrinhos de forma independente sem incentivo do Governo e de órgãos responsáveis pela cultura, foi de fato a impressão mais destacada que poderíamos ter do evento.

Fico com muita esperança que o próximo ano venha outros FLIQs melhores ainda do que houve esse ano. A produção de cada autor vem crescendo em qualidade e criatividade, mesmo com todos os obstáculos surgidos esse ano deu para se ver selos e coletivos surgirem como o Tinta negra com a magnifica públicação Vôtz! e o Coletivo Quadro9 que lançou junto com os jovens escribas a quadrinização do Maldito Sertão. Tivemos muita coisa boa sendo lançada como o Livro Ilustrado "O Assassino de um milhão de dolares" e "Não é uma dupla Dinâmica" do Wanderline Freitas. Além das Edições especiais da Maturi do Luiz Elson e Lampião da dupla Carlos Alberto e Garcia, a também magnifica edição de Boca do Lixo de Jamal Sigh e Wendell Cavalcante que recomendo demais a leitura. Se pudesse ficaria aqui o tempo todo falando dos autores e do evento, mas penso que a mensagem que desejaria deixar seria que OS QUADRINHOS POTIGUARES TENHAM VIDA LONGA..... valeu pelo evento pessoal.

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