terça-feira, 29 de maio de 2012

Uma História Sobre o Amor




Por Vitor Hugo

Capítulo 1 - Espirais do amor

Essa é uma história contada por alguém que não sabe contar histórias. Escrita por alguém que não domina a língua que fala e que não tem talento nenhum pra criar qualquer coisa que seja. Por isso, posso lhe garantir que tudo que será exposto é real. Desde o homem que usava uma caneta como martelo até o sapato que não queria tocar o chão.
            Essa é a história de um homem. Um homem cuja vida era algo sem azeite. Seu nome era Pedro Paulo, conhecido como Zé Pelintra, o pobre dono da fábrica de espirais Cadernos Enxutos.
            Não existem outras fábricas de espirais em todo o planeta. Geralmente os espirais dos cadernos são feitos nas próprias fábricas de cadernos. Pedro Paulo achou que seria um grande negócio ter uma empresa especializada apenas nos espirais. Então você já deve ter deduzido o porquê da pobreza de Pedro Paulo.        
Na Cadernos Enxutos trabalhavam três pessoas: Pedro Paulo (o dono), João Júnior (o amigo do dono) e Fulano (nome fictício dado a esse personagem pouco importante na história). Eles derretiam o plástico numa frigideira aquecida a exatos 134 graus Celsius e depois o moldavam no formato de espiral numa máquina chamada Saco de Batatas, criada por Fulano nos anos de sua mocidade.
Conhecidos na região onde viviam como "os três patetas", tinham o sonho de conseguir construir a primeira empresa de espirais fora do planeta terra. Mas como a história se passa no ano de 1985 é sabido que isso nunca iria acontecer.
          Tudo acontece em algum lugar no Sul do Equador. Desculpem-me só citar isso agora, mas é que o lugar é de pouca importância. Na verdade eu resisti bastante antes de resolver dar a localização de onde a história acontece, já que alguns dos personagens ainda vivem por lá. Para não ficar vago, será dado um nome fictício também a cidade e ao bairro. Mas não será dado agora, porque antes é preciso descrever a aparência física de nosso protagonista.
Zé Pelintra (ou só Zé se você o conhecesse a mais de 46 segundos) tinha cabelos enormes que saiam de suas orelhas e era careca. Calçava 42, tinha olhos verde musgo e uma boca com lábios praticamente sem carne. Usava um belo par de óculos escuros sem as lentes e tinha uma tatuagem na altura das costelas. Era uma tatuagem especial que fez no aniversário de 8 anos de sua filha do meio. Um desenho em preto e branco de um pato cuidando de dois ovos de galinha.
Zé (ou só Ele se você for o narrador da história) não se divertia muito. Dizia para as pessoas que só tinha duas coisas que gostava de fazer: A primeira era comer carne de porco, com bastante gordura, enquanto assiste a vídeo aulas de tai chi chuan. E a outra, era imaginar que um dia atenderia uma grande demanda de pedidos, em sua fábrica localizada em alguma parte de marte. Mal sabia Ele que no dia 25 de outubro de 1985, exatamente às 14 horas e 32 minutos, receberia uma noticia que lhe daria uma terceira forma de diversão.

[Continua... ]

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