quinta-feira, 18 de abril de 2019

A ESQUERDA CRUZOU OS BRAÇOS E TOURNOU-SE PLATEIA?








          Uma questão incomoda é o silêncio que se abateu sobre a esquerda diante da situação atual que ruma para o caos social e econômico do país. A falta de mobilização, a apatia generalizada, as disparidades ideológicas existentes entre as mais diversas representações da esquerda existentes, silenciadas durante o pacto feito pelo PT para o projeto de governabilidade do partido, possivelmente contribuíram para tal situação. Durante todo o período do governo PT, os movimentos foram sufocados, dissipados e acalmados em prol da governança, o resultado disso foi a total e inteira fragmentação, desmobilização e afastamento do pensamento de esquerda da população, tão intima em tempos passados do povo, e sua subseqüente politização.
            A atual situação de distanciamento e entendimento entre as mais variadas ideologias, representadas pelos partidos, e a caça, criminalização a tal pensamento, representando pelo impeachment da presidenta Dilma e prisão de Lula, pela ultra direita, são pistas que podem nos levar a um entendimento de tal situação. Os ataques políticos e ideológicos estão pautados tanto no âmbito econômico e de perseguição da esquerda, que criminaliza e difama os seus representantes, contribuiu também como combustível que dá pistas para se compreender esse silêncio incomodo. Devemos fazer uma análise mais profunda sobre esse assunto, centralizando nossos esforços na busca de entender qual o motivo dessa falta de ímpeto de luta que tais movimentos tinham há tempos não muito distantes e que agora simplesmente encontra-se adormecidos. A impressão que se tem é que houve o afastamento da esquerda durante o governo petista das massas e a troca da mobilização permanente, pela politização das pautas sociais das esquerdas no âmbito, apenas, político e afastando-se da mobilização das ruas. Esse afastamento é evidente diante da crescente desconfiança do trabalhador com o seus sindicatos, insuflado muitas vezes pelo lideres sindicais colocados pelos patronato.  Além disso, pode-se dizer que o ambiente sindical se tornou cozinha dos partidos de esquerda, tendo alguns deles aparelhado o próprio sindicato durante a última década, o que desmotiva a mobilização da clásse trabalhadora que lhe dá sustentação e termina por afastá-la.

            O distanciamento do povo, da permanente conversação e mobilização de seus interesses, pelo discurso cada vez mais político, onde o jogo do toma lá da cá é premissa. Contribuiu para a desconfiança e afastamento do trabalhador dos sindicatos e da esquerda. O fracasso de luta contra a corrupção, e a desconfiança de que as esquerdas se corromperam no processo de governabilidade do PT, serviu para aumentar a desconfiança do povo com o pensamento de esquerda que prometia diferenciar-se de tal política se mostrou decepcionante para o trabalhador. Com isso, surgiu uma profunda fratura entre trabalhadores e lideres de esquerda que nos levou até o momento presente de aparente suspensão. Nesse sentido, podemos evocar o titulo de um livro de Lenin "que fazer?" para representar o atual momento de hibernação da esquerda. A atual situação reflete um discurso de ódio captaneada pelo pensamento de uma classe burguesa medíocre, mídias corrompidas representantes do capital especulativo, arquitetada por um plano externo vindo do tio Sam que deseja trazer os países latino americanos para seus cascos, objetiva justamente demonizar a esquerda e principalmente os movimentos sociais.
            Diante da fragmentação atual da esquerda, do afastamento do povo, dos conflitos ideológicos, envolvimento da corrupção, etc., necessita-se repensar a esquerda e mais ainda, criar uma pauta que venha a unir todas as esquerda e voltar a aproximar-se do povo, das classes de onde saíram e retomar as mobilizações. Nesse sentido, voltamos a fazer a pergunta o que fazer? Qual a solução possível para que a esquerda volte ao rumo até então perdido? O desarrumo esta, se podemos localizar o ponto do problema, na metralhadora de polemicas e discursos diversos, muitas vezes sem um fundamento que desarticulam e afastam qualquer possibilidade de discurso palpável. As fake news, as polêmicas ocasionadas pelo representante do executivo e seus ministros, a violenta repressão que vem aumentando nas camadas mais baixas da sociedade, a precarização das instituições e a recolonização do país. Todas essas pautas são foco de destruição do país e da crise que se tornará cada vez mais frágil a democracia e a constituição.
         
   A forte rentização da economia e a briga híbrida existente no plano da geopolitica, tornam o centro da discussão bastante polemizada, o que torna difícil uma "costura" para unir as esquerdas diante do calendeiscopio de pseudo informações, falta fundamento, falta chão estável para A VERDADE, esse problema não é só no Brasil, esta em todo o mundo globalizado. O ataque a esquerda é mundial, o avanço do fascismo, do neocolonialismo e hypercapitalismo, é um plano de destruição e de retomada de território.
            Se faz necessário uma re-conscientização, a retomada do diálogo e o combate ao discurso de ódio e alienação. Para isso, necessita-se da esquerda reviver, se inflamar, voltar a ser o que era, melhor ainda, renovar-se como uma fenix, mas como isso acontecerá é assunto para outras considerações, futuras que cabe uma reflexão mais prontamente.

Postado por Renato de Medeiros Jota

Comentários
0 Comentários

0 comentários:

Postar um comentário