Alan Moore é considerado um Mago, mas não no sentido comum da palavra, como aquele que fazem feitos miraculosos e ilusórios que encantam e bricam com a imaginação dos espectadores e plateias. Isso de fato não é seu intento. Seu objetivo último é levar-nos tal qual a magika ( a verdadeira magika escreve-se com o "k" para diferenciar da falsa e ilusoria que tende a enganar o espectador em vez de elevá-lo a um desenvolvimento mental e espíritual de cunho transcendental). A magika verdadeira é a do moldador, aquele que transforma e muda a realidade seja ela feita na forma material, seja ela feita no plano espirítual e mental. Por isso utilizar-se de palavras e de suas possibilidades de aplicação e distenções. Nesse sentido é perfeitamente compreensível entender o por que Alan Moore se intitula de "Mago" na medida que se tornou um mestre em distorcer e moldar a realidade e o mundo de milhares de leitores da Arte sequêncial a seu próprio modo.
Muitos argumentistas brilhantes o consideram como um dos maiores gênios da literaturae Arte sequêncial e o principal pilar de uma revolução que elevou as HQs a um nível jamais concebido pelos leitores e criticos. Talvés os únicos que consigam se rivalizar ou superá-lo e isso é uma humilde opinião minha é Will Eisner e em alguns momentos seu amigo Neil Gaiman, mas isso não é válido de ser dito. Pois cada um, a seu modo, contribuiu para fundamentar esta posição em que se encontra a Arte sequêncial. Não obstante qualquer literatura que nos venha esclarecer como estes Gênios das Hqs conseguiram tal feito é extremamente bem vinda e esta matéria do omelete, que agradeço Waldomiro Vargueiro e o site Omelete pela incrivel materia que nos deu uma visão geral do percurso intelectual e do trabalho do Bruxo de Northampton .
Sem dúvida Alan Moore por sua relevância para aqueles que admiram as HQs não só merece livros traduzidos na lingua patria no Brasil como também outros autores como Neil Gaiman que talvez seja o que mais tenha obras sobre seu trabalho e sua vida publicadas em Português e que com toda certeza merece muitas outras públicações. Temos também, além de Gaiman o Will Eisner que possui uma dos mais excelentes livros que abrem as portas para os estudiosos da arte sequêncial chamado de "Quadrinhos e arte sequêncial" e que se tornou um icone para os amantes das HQs e serve de referência para os estudiosos do assunto.
Mas voltando ao Moore, falar que o inglês é carrancudo, niilista e encrenqueiro com a sua obra é exagerado, pois o que acredito que o Moore pensa é o que ele vem dizendo a muito tempo sobre transpor hqs para o cinema é que ambas são midias totalmente distintas e por isso sempre vão esta imperfeitas uma no domínio da outra. De fato, apesar dos incriveis esforços já feitos para transpor herois e graphic novels para o cinema sempre saímos do cinema com uma sensação de que faltou alguma coisa no filme. E de fato, isso acontece devido a ausência critica de pessoas que sejam especializadas no assunto e que mesmo que o sejam não percebem as diferenças estéticas como instransponíveis. Ao contrário, compactuam para os trazé-los sempre que possível quando percebem seu potencial para obter lucro. Por isso, que Moore percebendo isso, já anteve o final da canção...pois como todo o grande sucesso o refrão sempre se repete e o final sempre é o mesmo, a saber, que a industria cinematografica não tem nenhum compromisso com a arte seja ela cinematográfica seja ela arte sequêncial. Deste modo, justifica-se seu desinteresse para com as adaptações de comics para a sétima arte.
Creio que no futuro penso em falar de autores que me influênciaram e que me deram uma nova perspectiva de como contar uma boa historia de HQs sem cair no convencionalismo tacanho da industria "heroica" que temos hoje ainda muito forte nas HQs. Além de Moore, Will Eisner, Neil Gaiman, Jean Carlo Berardi, Brian Wood, Brian Azzarello entre outros grandes autores que são igualmente brilhantes a seu modo como Moore, penso que cada um deles merece um comentário pormenorizados de seu pensamento e forma de contar historia, pois ao contrário do grande Waldomiro pretendo analisar o que se encontra não dito nas obras de cada autor, melhor explicando, quero saber como eles encaram a folha em branco a sua frente e como formulam de forma criativa suas historias e constituem seus elementos estéticos, por isso não pretendo simplesmente fazer um relato historico da obra de cada, pois acredito que isso já foi suficientemente feito por mais competência do que eu por outros autores, como o Waldomiro por exemplo. Por conseguinte postergo esta minha intenção de fazer esse exercício aos poucos e com bastante reflexão sobre o assunto. Agradeço a todos e recomendo a reportagem do Waldomiro a todos aqueles que admiram o Alan Moore.
Agradecido a todos.
Renato de Medeiros