Retorno depois de muito tempo ausente e, peço desculpas pela demora. Mas o meu retorno é em grande estilo. Volto para falar de uma das obras mais instigantes e interessantes que já foi produzido em solo Potiguar e brasileiro nos últimos tempos. Falo da HQ o EVANGELHO SEGUNDO O SANGUE. Esta obra é magistralmente arquitetada e tecida pela mente genial do roteirista Marcos Guerra que consegue fazer o inimaginável, fazer uma Hq criativa e original fundamentada em uma pesquisa de campo no instituo histórico e geográfico de nosso estado. Isto é claro, não seria original em muitos aspectos. Muitos autores fizeram o mesmo no passado. Mas o que torna a pesquisa e o roteiro de Marcos Guerra diferentes é a mescla entre ficção e uma transliteração documental de uma época com seus costumes, linguajar e trejeitos. A temática pode parecer, a principio batida; fazer mais uma historia de vampiro situada no passado, até a este ponto não seria novidade. Porém a forma como Guerra concebe a historia misturando-a a nuances de satanismo pagão com um teor religioso barroco do século 18 enseja a nos transportar a uma época extremamente primeva da historia do nosso Estado e das relações humanas exercida em época tão remota. O desenho sombrio e carregado merece um comentário a parte. Em tons de nanquim bem distribuídos em que a atmosfera oitecentista nos chega com bastante nitidez. O ilustrador nos faz prender a cada página, nos transportando a uma analise depuradora de cada quadrinho e de cada sequência capaz de nos invocar o medo e o receio pelo destino dos personagens. O Ilustrador e design conhecido como Leander (ou para os amigos mais íntimos Leandro), por conseguinte, imprime com seu pincel um ritmo cadenciado ao mesmo tempo que guarda quadro a quadro a surpresa até então encoberta em cada moldura de sua arte. O outra escolha feliz por parte do Ilustrador foi ter retratado toda a atmosfera do EVANGELHO SEGUNDO O SANGUE se apropriando da estética expressionista alemã que convoca todos nós ao estranhamento e a seguir a complexa analise pesicologica dos personagens durante a Historia.
Retornemos a nossa analise do roteiro do "EVANGELHO", podemos destacar outras virtudes da HQ. A primeira esta centrada na própria figura do Roteirista Marcos Guerra, que na minha concepção é um dos talentos mais proeminentes das hqs na atualidade, dada a sua versatilidade em abordar os mais diversos temas e conseguir extrair das historias mais corriqueiras e simples uma potencialidade que poucos tem a sensibilidade de o fazer. A segunda é a forma como consegue dá uma abordagem inovadora a uma lenda tão explorada como a vampiríca em nossa realidade e com a dificuldade extra, de o fazê-lo em solo tão dificil e árido como localizando-a em uma cidade tão provinciana como Natal. Deixando-a longe dos grandes centros em que tantos autores de hqs preferem centralizar suas historias como o pólo Sul e Sudeste. De fato Guerra faz isso de caso bem pensado, porque sua historia de vampiro não entrega logo de cara este tema. A princípio não sabemos se esta é uma historia de Vampiro ou que envolva demónios e etc. Seja como for ela é conduzida especificamente buscando centralizar o terror em um crescente suspense psicológico, onde somos apresentados a insinuações de satanismo e pactos com o mal. Das quais enseja o confronto entre temas fortes e polémicos como adultério, ateísmo, morte, ressentimento, inveja e etc. Dificilmente encontramos em hqs historias que reúna roteiro e ilustração em uma simbiose tão bem coordenadas.
Os autores do Evangelho Segundo o Sangue, Marcos Guerra e Leandro, despontam nesta historia como uma boa promessa para o nosso Estado e quem sabe para o País. Longe da adoração com que alguns autores (vulgo Ilustradores e não roteiristas) de hqs do Estado são idolatrados só porque trabalham agenciados por editoras grandes e pequenas do exterior, especificamente as americanas. Marcos Guerra e Leandro lentamente vão aparecendo, sem muita pressa, buscando fazer um quadrinho "AUTORAL" como ambos admitem publicamente no Underground natalense. Os mesmos preferem assim, explicando que a liberdade de poder fazer algo diferente que não seja desenhar e retratar herois vestidos com fantasias e com super poderes que os faz parecerem mais deuses do que homens, constitui um verdadeiro desafio. Por isso que preferem continuar trabalhando em historias mais próximas da realidade e em outras que fogem do estilo americano de hqs. As influências e referências são muitas, para a produção de cada historia dos autores. Mas alguns temas são recorrentes como as temáticas que abordam o terror, a fantasia, o cotidiano e coisas do género.
Outra iniciativa e que se tornou base para muitas historias boas é a revista on line kótica que tem sido muito comentada em sites de todo o País. Além de ser ultimamente cortejada por muitos autores de fora que desejam publicar suas historias e ilustrações na mesma. A revista vem se destacando como uma alternativa para aqueles autores que não possuem dinheiro para publicar independentemente suas HQs ou para aqueles autores e ilustradores que não conseguem uma editora para publicar suas Hqs . A Kótica assim como seus responsáveis Marcos Guerra e Leandro, sofre do mesmo problema que seus criadores, a saber, devido não ter como tema super heróis ou coisas do género, ela não se destaca como algo vastamente divulgada no Estado, mas que devido ao seu teor de vanguarda em que objetiva reunir em suas páginas eletrônica o maior número possível de bons ilustradores assim como de bons roteiristas (ambos na revista tem o mesmo peso) começa a ganhar uma proeminencia na midia, principalmente a eletrônica. A proposta da revista, segundo Marcos Guerra, objetiva publicar trabalhos originais e que primem pela criatividade e pelo roteiro bem feito. Os autores que tenham seus trabalhos aceitos são incluídos na revista eletrônica e podem ter sua obra divulgada por todo o mundo virtual e servindo quem sabe, como port folio para agências de quadrinhos do exterior.
Seja como for é uma grata surpresa saber que em nosso Estado possui uma HQ com tanta qualidade quanto o Evangelho, e vale a pena lê-la e adquiri-lá guardando-a como uma verdadeira relíquia e marco da historia em quadrinhos do País como muitos ícones que conseguiram o seu lugar neste país apesar das dificuldades e do anonimato em que vivem.
Retornemos a nossa analise do roteiro do "EVANGELHO", podemos destacar outras virtudes da HQ. A primeira esta centrada na própria figura do Roteirista Marcos Guerra, que na minha concepção é um dos talentos mais proeminentes das hqs na atualidade, dada a sua versatilidade em abordar os mais diversos temas e conseguir extrair das historias mais corriqueiras e simples uma potencialidade que poucos tem a sensibilidade de o fazer. A segunda é a forma como consegue dá uma abordagem inovadora a uma lenda tão explorada como a vampiríca em nossa realidade e com a dificuldade extra, de o fazê-lo em solo tão dificil e árido como localizando-a em uma cidade tão provinciana como Natal. Deixando-a longe dos grandes centros em que tantos autores de hqs preferem centralizar suas historias como o pólo Sul e Sudeste. De fato Guerra faz isso de caso bem pensado, porque sua historia de vampiro não entrega logo de cara este tema. A princípio não sabemos se esta é uma historia de Vampiro ou que envolva demónios e etc. Seja como for ela é conduzida especificamente buscando centralizar o terror em um crescente suspense psicológico, onde somos apresentados a insinuações de satanismo e pactos com o mal. Das quais enseja o confronto entre temas fortes e polémicos como adultério, ateísmo, morte, ressentimento, inveja e etc. Dificilmente encontramos em hqs historias que reúna roteiro e ilustração em uma simbiose tão bem coordenadas.
Os autores do Evangelho Segundo o Sangue, Marcos Guerra e Leandro, despontam nesta historia como uma boa promessa para o nosso Estado e quem sabe para o País. Longe da adoração com que alguns autores (vulgo Ilustradores e não roteiristas) de hqs do Estado são idolatrados só porque trabalham agenciados por editoras grandes e pequenas do exterior, especificamente as americanas. Marcos Guerra e Leandro lentamente vão aparecendo, sem muita pressa, buscando fazer um quadrinho "AUTORAL" como ambos admitem publicamente no Underground natalense. Os mesmos preferem assim, explicando que a liberdade de poder fazer algo diferente que não seja desenhar e retratar herois vestidos com fantasias e com super poderes que os faz parecerem mais deuses do que homens, constitui um verdadeiro desafio. Por isso que preferem continuar trabalhando em historias mais próximas da realidade e em outras que fogem do estilo americano de hqs. As influências e referências são muitas, para a produção de cada historia dos autores. Mas alguns temas são recorrentes como as temáticas que abordam o terror, a fantasia, o cotidiano e coisas do género.
Outra iniciativa e que se tornou base para muitas historias boas é a revista on line kótica que tem sido muito comentada em sites de todo o País. Além de ser ultimamente cortejada por muitos autores de fora que desejam publicar suas historias e ilustrações na mesma. A revista vem se destacando como uma alternativa para aqueles autores que não possuem dinheiro para publicar independentemente suas HQs ou para aqueles autores e ilustradores que não conseguem uma editora para publicar suas Hqs . A Kótica assim como seus responsáveis Marcos Guerra e Leandro, sofre do mesmo problema que seus criadores, a saber, devido não ter como tema super heróis ou coisas do género, ela não se destaca como algo vastamente divulgada no Estado, mas que devido ao seu teor de vanguarda em que objetiva reunir em suas páginas eletrônica o maior número possível de bons ilustradores assim como de bons roteiristas (ambos na revista tem o mesmo peso) começa a ganhar uma proeminencia na midia, principalmente a eletrônica. A proposta da revista, segundo Marcos Guerra, objetiva publicar trabalhos originais e que primem pela criatividade e pelo roteiro bem feito. Os autores que tenham seus trabalhos aceitos são incluídos na revista eletrônica e podem ter sua obra divulgada por todo o mundo virtual e servindo quem sabe, como port folio para agências de quadrinhos do exterior.
Seja como for é uma grata surpresa saber que em nosso Estado possui uma HQ com tanta qualidade quanto o Evangelho, e vale a pena lê-la e adquiri-lá guardando-a como uma verdadeira relíquia e marco da historia em quadrinhos do País como muitos ícones que conseguiram o seu lugar neste país apesar das dificuldades e do anonimato em que vivem.
Ass:
Renato M. Jota