O autor Thiago Guimarães, a princípio, segue pelo caminho do romance histórico descrevendo os conflitos existente em tantos países em que deditadores colocarem a população de uma pequena ilha caribenha sobre o seu controle através da violência, sugando do povo tudo que tinham. Mas nesse livro vamos encontrar alguém que se opõe ao el captain, através da figura do revolucionário chamado Estevão que conduz um grupo de personagens para a revolução na ilha através dos carismáticos personagens Indio, Pablo, Marina, Marinalva, Padre Santiago e tanto outros que o ajudariam na luta contra o ditador. Já no início, encontramos referências ao cristianismo e, para não dizer, ao messianismo, quando o personagem Estevam entra numa cidade chamada nova Jerusalem vestido de mendigo: " O andarilho entrou na cidade carregando pesado saco nas costas e se apoiando em um cajado, tinha a barba longa e negra, suas vestes lembravam um antigo profeta". Nessa primeira parte, que terá, ainda, três livros, vemos como ocorreu a libertação de um país da ditadura e passar para uma democracia.
Apesar de encontrar alguns focos do realismo mágico ou fantástico, a predominância no texto da primeira parte é do realismo, mas não é uma leitura dificil ou complicada, facilitada enormemente pelo autor Thiago Guimarães pelos textos ageis e curtos que sinstetizam de modo brilhante todos os eventos, conflitos e desenlaces da trama. O fantástico surge como força auxiliar quando o poeta Pablo Garcia e Marinalva Sanches tem de cumprir uma missão por assim dizer, mistica. Cabe a ambos fazer uma peregrinação passando por um determinado lugar o que mostra uma grande sagacidade do autor projetar para um volume futuro, um embate moral e espiritual, quem sabe, para a evolução desses personagens.
Os temas tratados como o religioso, revolucionário, messianico, tem um viés critico na obra sendo bastante forte e nos leva a fazer reflexões sobre o que de fato é "fazer uma revolução" já que o próprio Jesus, aqui representado por Estevão veio libertar o povo sabendo que sua empreitada o levaria até as últimas consequências. Entretanto, Estevão não é um ser sem pecado, o que o torna mais complexo ainda, pois humano e cheio de falhas cometeu durante sua vida, desvios morais, que o levaram a adquirir um "carma" ruim e que teria de ser redimido. Uma clara mensagem sobre os erros do passado, podem vir e trazer consequências terriveis, mas podem também serem redimidos via o sacrifício de cada um, considerando a frase comumente escutada pelo mais antigos: "cada qual carrega sua cruz", ou seja, cada um responde por seu pecado, temos aqui uma bela reflexão de Thiago Guimarães em sua obra, parabéns amigo por tal peróla entre tanta coisa que deseja alcançar o status de grande romance filosófico e é apenas mais um pastiche.
Bem a resenha fica por aqui, mas espero que todos leiam e comprem o livro, por que é uma leitura que gerará grandes reflexões sobre o que é liberdade, até onde estamos dispostos a fazer sacrificios, somos capazes de nos perdoar e perdoar o próximo? Essas e outras questões o caro leitor encontrará nas páginas dessa obra. Valeu a todos e abração.
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